Embraer apresentou conceito de aviões sustentáveis
A Embraer apresentou hoje (5), em transmissão ao vivo pela internet, os avanços em seus novos aviões da família Energia.
O conceito é parte do programa de engenharia da Embraer que visa zerar as emissões de poluentes na indústria da aviação até 2050. Embora na apresentação não tenha sido mostrado nenhum projeto em desenvolvimento, ao longo de mais de uma hora os executivos e engenheiros exibiram estudos de viabilidade tecnológica e das demandas globais por meis de transporte movidos com energia limpa.
A Embraer tem dois projetos primários, um avião turboélice com capacidade entre 19 e 30 lugares, com propulsão elétrica híbrida e uma versão com energia elétrica fornecida por células de hidrogênio. As pesquisas têm sido desenvolvidas com base própria, além de contribuições de companhias aéreas e estudos conjuntos com fabricantes de motores.
Os modelos apresentados, de forma genética são:
– Energia Híbrido (E19-HE e E30-HE) – anunciado em novembro de 2021 tinha planos para ser uma aeronaves de nove lugares, mas a Embraer agora explora uma versão de 19 e 30 lugares com propulsão híbrida-elétrica, que oferecerá até 90% de redução de emissões de carbono (CO2) quando combinado com combustível sustentável de aviação (SAF). O primeiro voo, caso o conceito se torne um programa real, prevê o primeiro voo para o início de 2030.
– Energia com Célula de Combustível H2 (E19-H2FC e E30-H2FC) – com propulsão elétrica a hidrogênio, o avião foi anunciado no ano passado com 19 lugares, mas a Embraer também estuda uma versão alongada de 30 assentos. Um dos destaques é ter zero emissões de CO2, visto usar apenas células de hidrogênio. A primeira unidade poderá voar em meados de 2035.
Os dois aviões ainda estão em fase de avaliação, distante de serem anunciados como programas em desenvolvimento. No momento a Embraer e parceiros estudam as arquiteturas e tecnologias quanto à viabilidade técnica e comercial.
O conselho consultivo do programa Energia também foi lançado para aproveitar as contribuições e a colaboração de companhias aéreas parceiras. “A experiência e o conhecimento que [os parceiros] trazem para o estudo serão fundamentais para acelerar as próximas fases”, disse Arjan Meijer, CEO da Embraer Aviação Comercial.
“Os aviões de 19 e 30 lugares são pontos de partida mais adequados para estudos focados, uma vez que devem apresentar prontidão técnica e econômica mais cedo”, explicou Luis Carlos Affonso, vice-presidente sênior de Engenharia, Tecnologia e Estratégia Corporativa da Embraer. “Em menos de 25 anos nossas aeronaves comerciais já reduziram o consumo de combustível e as emissões de CO2 em quase 50% com base em assento/milha, usando apenas combustíveis convencionais e propulsão. Estou convencido de que podemos zerar as emissões de poluentes”.
Saiba mais…
Atualmente um dos entraves das tecnologias limpas na aviação, como energia elétrica, é a dificuldade de viabilizar um meio de armazenamento energético. As atuais baterias de íons de lítio tem capacidade limitada e oferecem grande instabilidade, além de elevado peso.
Os estudos para uso de hidrogênio podem ser o caminho mais seguro e viável no longo prazo. Todavia, a indústria acredita que para os próximos anos o SAF deverá seguir como a forma mais realista de reduzir as emissões de poluentes, ainda que esbarre em outras questões ambientais e sociais.
Fonte: Aero Magazine 05/12/2022