Boeing apresenta avião do futuro que viajará a 6 mil km/h
Avião seria capaz de ir de Nova York a Londres em 2 horas, em vez das atuais 7 horas de voo.
A Boeing, fabricante americana de aviões, apresentou um conceito de aeronave hipersônica capaz de ligar Nova York a Londres em apenas duas horas, em vez das sete atuais. Imagens do avião foram exibidas em uma conferência americana de aviação em Atlanta, nos Estados Unidos.
Segundo a Boeing, a aeronave poderá atingir Mach 5 (cinco vezes a velocidade do som), mais de 6 mil quilômetros por hora. A velocidade é 2,5 vezes maior que a do Concorde, avião supersônico europeu lançado em 1969. Foi aposentado em 2003, três anos após um acidente que matou 113 pessoas. Em nome da aerodinâmica, tinha espaço menor e consumo maior que os modelos convencionais. Para atender a restrições de ruído, era obrigado a voar mais devagar do que sua capacidade.
O novo avião projetado pela Boeing poderia atingir velocidades ainda maiores. Kevin Bowcutt, cientista chefe de hipersônicos e especialista técnico da Boeing, disse que, para velocidades acima de Mach 5, seriam necessários materiais mais resistentes e engenharia mais avançada. “O mundo não é grande o suficiente para irmos muito mais rápido do que Mach 5”, disse.
Para a Boeing, há um ponto importante na evolução do supersônico (como era o Concorde) para o hipersônico (como é este novo projeto). Com o supersônico, não seria possível atravessar um oceano e voltar no mesmo dia, para trabalho, por exemplo. Com o hipersônico, isso fica possível.
Um avião tão rápido fará os passageiros sentirem a força g por cerca de 12 minutos. Em aviões atuais, a sensação dura alguns segundos. Durante o voo, porém, os passageiros não devem sentir nada de incomum.
Para reduzir o atrito com o ar, a aeronave deverá voar alto. A altitude de cruzeiro será de 95 mil pés, ante 60 mil pés das aeronaves convencionais. Os passageiros deverão ter uma bela vista durante a viagem. A curvatura da Terra, prevê a Boeing, será perceptível. Acima da aeronave estará visível o preto profundo do espaço.
A Boeing espera apresentar os primeiros protótipos na próxima década. O lançamento ficaria para daqui 20 ou 30 anos. Até então, diz a Boeing, os sistemas de piloto automático estarão prontos para tamanha pressa.
Fonte: Época Negócios 28/06/2018