Tecnologia

Bell anuncia helicóptero com propulsão híbrida e sem rotor de cauda

Bell Helicopter revelou sua visão de futuro com a aeronave conceito FCX-001 de decolagem vertical na Heli-Expo 2017, que está sendo realizada em Dallas, Texas. O FCX-001 foi inspirado nos carros-conceito produzidos pelos fabricantes de automóveis.

Apresentada no estande da Bell tanto na forma de um modelo em escala natural quanto em realidade virtual a aeronave bimotora de médio porte incorpora algumas tecnologias atualmente em desenvolvimento na Bell e que provavelmente amadurecerão em um futuro próximo, alguns bem ambiciosos como evidenciado por um cockpit totalmente livre de controles físicos.   

Dentre os elementos mais notáveis no projeto do FCX-001 destacam-se o inédito sistema antitorque acionado por fans embutidos na parte traseira da fuselagem, a propulsão híbrida, as pás do rotor principal que poderão mudar de ângulo (como as asas dos aviões de geometria variável) diminuindo o ruído, o uso extensivo de vidro na fuselagem, as portas tipo asa de gaivota e o revolucionário sistema de controle da aeronave. 

No teto da larga cabine, que na Heli-Expo está configurada para oito passageiros, mas é capaz de acomodar até 12, a Bell concebeu um revolucionário sistema que permitirá a máxima personalização e conforto para os passageiros, ajustando a iluminação e a temperatura. O conceito prevê módulos que fornecerão a capacidade dos passageiros ajustarem suas respectivas iluminação e temperatura. 

“Este é um Bell diferente, para irmos a um lugar diferente” disse o CEO da Bell, Mitch Snyder “e sem mostrar tudo apresentamos uma ideia das tecnologias em que estamos trabalhando”, completou o executivo, que acrescentou: algumas amadurecerão antes que as outras, mas o principal é que estamos mostrando um visual revolucionário e uma ideia de onde a Bell pretende chegar, oferecendo uma operação mais autônoma, uma notável redução do ruído e uma nova experiência de viajar para os passageiros.

Uma observação mais detalhada do projeto do FCX-001, começa, sem dúvida pela parte traseira da fuselagem, que não tem rotor de cauda – uma notável característica, vindo da Bell. No seu lugar, o antitorque é proporcionado por vários fans instalados na parte traseira da fuselagem. O sistema fornece a capacidade de empurrar o ar em qualquer direção, e também terá controle de vetor de impulso, permitindo-lhe renunciar, também, a um estabilizador horizontal. Alimentando esse sistema antitorque há um motor elétrico, que é parte do sistema de propulsão híbrido. 

A célula em si, é também muito diferente a qualquer outra coisa feita antes pela Bell. Em termos de escala, o FCX-001 é ligeiramente maior que um Bell 412, em termos de comprimento e largura, mas as suas linhas e o uso extensivo de partes transparentes apresentarão alguns desafios na produção, com uma alta dependência de materiais compostos. 

Dentro, do FCX-001 há lugar para apenas um piloto. “Só um, o que é bastante incomum, mas queremos mostrar uma visão de futuro com ampla assistência da informática e da inteligência artificial” afirmou Snyder. 

À frente do piloto há um amplo campo de visão sem nenhum tipo de tela ou comando. Essas informações serão fornecidas sob a forma de realidade aumentada, em que um piloto usando um capacete, será capaz de criar seu próprio espaço de trabalho. A ideia é que o capacete seja capaz de reconhecer as mãos do piloto no espaço, permitindo-lhes criar e mover telas diferentes dentro do cockpit, e até mesmo fixá-los em determinados pontos no espaço para que eles não se desloquem quando o piloto movimente a cabeça.

É um conceito interessante, porque o piloto pode personalizar sua plataforma de voo, puxar os controles quando precisar deles, ou definir diretivas automatizadas e apenas obter o feedback em vez de sempre desordenar sua tela. Os Microsoft HoloLens são um bom exemplo que existe hoje, mas obviamente, a Bell espera que a tecnologia também avance e possa trabalhar com seus sistemas de voo. Mas até que ponto podem chegar essas tecnologias? É muito parecido com um carro conceito. As tecnologias deverão surgir mais cedo ou mais tarde. 

“Nós queremos ser diferentes. Nós podemos ser o futuro. Fomos pioneiros no passado e como líderes, pretendemos levar a tecnologia a um novo patamar”, declarou Mitch Snyder.

Fonte: Aeromagazine 07/03/2017

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