Principais aéreas brasileiras registraram prejuízo no 2° trimestre
Os dados das demonstrações contábeis das empresas aéreas brasileiras do 2º trimestre de 2017, divulgados nesta quinta-feira (5) pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), apontam que as empresas Azul, Gol e Latam apresentaram prejuízo líquido de mais de R$ 845 milhões, ante R$ 660,4 milhões no 2º trimestre de 2016. Juntas, as aéreas representaram mais de 86% da demanda por transporte aéreo público doméstico de passageiros, em termos de passageiros quilômetros pagos transportados (RPK).
A Avianca foi a única entre as quatro principais aéreas do país que não apresentou as suas demonstrações contábeis desse período à ANAC — assim como ocorreu com os dados do 1º trimestre deste ano, cujas demonstrações foram apresentadas empresa somente após decorrido o prazo regulamentar. O fato sujeita a empresa a processo administrativo para apuração de infração, que pode resultar na aplicação de penalidade administrativa.
O resultado líquido acumulado no 1° semestre de 2017 foi um prejuízo de R$ 725,3 milhões, representando uma margem líquida negativa de -4,9%. No mesmo período em 2016, o prejuízo havia sido de R$ 769,4 milhões e a margem líquida negativa de -5,4%.
Quando comparado o 2° trimestre de 2017 com o do ano anterior, a Receita Líquida do período apresentou aumento de 8,1%, e ficou em R$ 6,9 bilhões. Os Custos dos Serviços Prestados apresentaram alta da ordem de 3,2%. Desta forma, com o incremento da receita superior ao dos Custos dos Serviços Prestados, o Lucro Bruto das 3 empresas cresceu em 65,9% no período, tendo passado de R$ 504,8 milhões para R$ 837,5 milhões.
Ao se analisar o acumulado do 1° semestre de 2017 com o mesmo período do ano passado, apenas a Azul apresentou aumento de receita, que passou de R$ 3,1 bilhões para R$ 3,5 bilhões. No mesmo comparativo, Gol e a Latam apresentaram queda na receita, reduzindo de R$ 4,4 bilhões para R$ 4,3 bilhões e de R$ 6,7 bilhões para R$ 6,6 bilhões, respectivamente.
No 1º semestre deste ano, o resultado operacional das três empresas, também conhecido como EBIT (do inglês Earnings Before Interest and Taxes), foi positiva em R$ 5,5 milhões, contra R$ 1,3 bilhão negativo no mesmo período em 2016. O resultado operacional negativo do 1º semestre do ano passado pode ser explicado em boa parte pelo fato de a Latam ter apresentado EBIT negativo de R$ 802,7 milhões, sendo que em 2017 a empresa reduziu o prejuízo com o EBIT para R$ 207,1 milhões. No mesmo semestre de 2017, a Azul registrou EBIT positivo de R$ 257,6 milhões, enquanto a GOL apurou resultado operacional negativo de R$ 44,9 milhões. No acumulado somado das três empresas, a Margem EBIT do setor ficou em 0,04% positivo.
O resultado financeiro do setor, que compreende as receitas e as despesas financeiras, além de ganhos e perdas com variação cambial, tanto no 2° trimestre quanto no acumulado do 1° semestre de 2017, apresentou significativa degradação. No semestre, o resultado financeiro foi negativo em R$ 1 bilhão, ante R$ 599,3 milhões positivos no mesmo período de 2016. No 2º trimestre deste ano, o resultado foi negativo em mais de R$ 744 milhões, ante R$ 227,6 milhões positivos no 2º trimestre de 2016.
Sobre as demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis do trimestre de cada ano devem ser apresentadas à ANAC em até 45 dias pelas empresas brasileiras de transporte aéreo público com participação de mercado relevante (maior ou igual a 1% da quantidade de RPK no mercado doméstico ou internacional), conforme obrigação estabelecida pela Resolução nº 342/2014.
As demonstrações em questão são de responsabilidade das empresas aéreas e submetidas a auditoria independente, nos termos da regulamentação vigente. Não obstante, tal documentação encontra-se em constante processo de fiscalização por parte da ANAC quanto ao devido cumprimento das normas de sua competência, podendo haver posteriores alterações e/ou substituições de arquivos.
Em caso de descumprimento do prazo de apresentação das demonstrações contábeis à ANAC ou de dados inconsistentes ou de qualquer outra não conformidade em relação à regulamentação vigente, a empresa está sujeita a processo administrativo para apuração da infração.
Em cumprimento à Resolução ANAC nº 342/2014, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2015, tais demonstrações contábeis são trimestralmente divulgadas na seção Dados e Estatísticas do portal da Agência:
Fonte: ANAC 05/10/2017