Preço de jato executivo usado tem queda de 35% em três anos
Segundo ojornal Valor Econômico, bilionários e grandes empresas viram o valor de seus jatos executivos despencar em dezenas de milhões de dólares, depois de a oferta excessiva vista antes da crise da crédito de 2008 e 2009 ter inundado o mercado de aviões usados.
Os preços dos aviões usados, muitos dos quais mal voaram, chegaram a cair até 35% nos três anos até o fim de abril. O preço médio caiu de US$ 13,7 milhões, em abril de 2014, para US$ 8,9 milhões, segundo a Colibri Aircraft, que compra e vende aviões privados de segunda mão.
Quando a tendência virou depois da crise, os proprietários perderam milhões no valor de seus jatos, afetados pela bolha que havia se formado no mercado. O preço de revenda de um Bombardier Global XRS, que é vendido novo por US$ 50 milhões, caiu de US$ 31,3 milhões para US$ 20,4 milhões – uma queda de pouco menos de 35%, segundo a Colibri Aircraft.
A Bombardier não quis comentar sobre preços específicos, mas a empresa realinhou a produção em função da demanda.
A chegada ao mercado de novos modelos fez os preços caírem ainda mais, segundo o diretor-gerente da Colibri Aircraft, Oliver Stone. “Os clientes estão vendendo seus jatos atuais para atualizar-se com os novos”, disse. “A oferta está crescendo, mas não a demanda.”
As entregas de novos jatos caíram drasticamente nos últimos dez anos. Em 2016, foram entregues 661 aviões, em comparação com os 1.313 em 2008. “Pré-2008, o mercado de jatos entrou em uma imensa bolha e os preços vêm caindo desde então”, disse Stone.
A retomada de aviões por falta de pagamento também cresceu entre 2009 e 2012, segundo Edwin Brenninkmeyer, CEO da Oriens Aviation.
O mercado de frete de jatos executivos poderia beneficiar-se pois mais proprietários podem optar por oferecer seus aviões para alugar em vez de colocá-los à venda. “A recessão de 2008-2009 levou muitas empresas e indivíduos de alta renda a reavaliar os verdadeiros custos de ter a propriedade um jato executivo”, disse Brad Stewart, CEO da XOJET. “Isso também foi precipitado por […] um movimento rumo à propriedade compartilhada.”
Fonte: Valor Econômico 29/06/2017