Mercado de carga aérea em 2022 recuou em relação a 2021, mas manteve-se no nível de 2019
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) divulgou nessa segunda-feira, 6 de fevereiro, os dados para os mercados globais de transporte aéreo de cargas, mostrando que a demanda por carga aérea para o ano de 2022 recuou significativamente em relação aos níveis de 2021, mas ficou próxima do desempenho de 2019.
– A demanda global para o ano inteiro em 2022, medida em toneladas de carga transportada vezes quilômetros voados (CTKs), caiu 8,0% em relação a 2021 (-8,2% no caso apenas das operações internacionais). Em comparação com 2019, caiu 1,6% (tanto global quanto internacional).
– A capacidade em 2022, medida em toneladas de carga disponibilizadas vezes quilômetros voados (ACTKs), ficou 3,0% acima de 2021 (+4,5% para operações internacionais). Em comparação com os níveis de 2019 (pré-COVID), a capacidade diminuiu 8,2% (-9,0% nas operações internacionais).
– Em dezembro, houve uma suavização do desempenho: a demanda global ficou 15,3% abaixo dos níveis de 2021 (-15,8% nas operações internacionais). A demanda mensal de carga ficou abaixo dos níveis de 2021 desde março de 2022. A capacidade global ficou 2,2% abaixo dos níveis de 2021 (-0,5% para operações internacionais). Essa foi a décima contração mensal consecutiva em relação ao desempenho de 2021.
2022 terminou com sinais mistos:
– Os novos pedidos globais de exportação, um indicador importante da demanda de carga, permaneceram no mesmo nível desde outubro. Para as principais economias, os novos pedidos de exportação estão diminuindo, exceto na Alemanha, nos Estados Unidos e no Japão, onde cresceram;
– O comércio global de bens diminuiu 1,5% em novembro, ante um aumento de 3,4% em outubro;
– O Índice de Preços ao Consumidor para os países do G7 indicou inflação de 6,8% em dezembro. A queda de 0,6 ponto percentual em relação a novembro (7,4%) foi a maior do ano. A inflação nos preços ao produtor (insumos) caiu para 12,7% em outubro, seu nível mais baixo até agora em 2022.
“Diante de incertezas políticas e econômicas significativas, o desempenho da carga aérea caiu em comparação com os níveis extraordinários de 2021. Isso trouxe a demanda de carga aérea para 1,6% abaixo dos níveis de 2019 (pré-pandemia). Espera-se que as medidas contínuas dos principais governos para combater a inflação pelo resfriamento das economias resultem em um declínio adicional nos volumes de carga em 2023 para -5,6% em comparação com 2019. No entanto, levará tempo para que essas medidas reduzam as cotações do transporte de carga. Então, a boa notícia para a carga aérea é que os yields médios e a receita total para 2023 devem ficar bem acima do que eram antes da pandemia. Isso deve proporcionar algum alívio no que provavelmente será um ambiente comercial desafiador no próximo ano”, disse Willie Walsh, diretor-geral da IATA.
Desempenho Regional de 2022
As companhias aéreas da Ásia-Pacífico registraram uma queda de 8,8% na demanda em 2022 em comparação com 2021 (-7,4% para operações internacionais) e um aumento de capacidade de 0,5% (+5,8% para operações internacionais).
Face a 2019 (níveis pré-COVID), a procura foi 7,8% inferior (-3,9% nas operações internacionais) e a capacidade diminuiu 17,2% (-12,2% nas operações internacionais).
Em dezembro, as companhias aéreas da Ásia-Pacífico registraram o pior desempenho de todas as regiões, registrando uma queda de 21,2% na demanda (-20,4% para operações internacionais) em relação a 2021. A capacidade caiu 3,9% (-1,4% para operações internacionais) no mesmo período.
As companhias aéreas da região continuam sendo afetadas por níveis mais baixos de atividade comercial e industrial e interrupções nas cadeias de suprimentos devido ao aumento de casos de COVID na China.
As operadoras norte-americanas relataram uma queda de 5,1% na demanda em 2022 em comparação com 2021 (-6,3% para operações internacionais) e um aumento de capacidade de 4,2% (+4,9% para operações internacionais).
Face a 2019 (níveis pré-COVID), a procura foi 13,7% superior (+12,7% nas operações internacionais) e a capacidade aumentou 8,2% (5,1% nas operações internacionais).
Em dezembro, as companhias aéreas da região relataram uma queda de 8,5% na demanda para operações globais e internacionais, em comparação com 2021. A capacidade caiu 2,9% (+1,8% para operações internacionais) no mesmo período.
As operadoras europeias tiveram o pior desempenho ano a ano de todas as regiões, com queda de 11,5% na demanda em 2022 em relação a 2021 (-11,8% nas operações internacionais). Durante o mesmo período, as companhias aéreas registraram um aumento de capacidade de 0,5% nas operações globais e internacionais.
Face a 2019 (níveis pré-COVID), a procura foi 8,7% inferior (-9,1% nas operações internacionais) e a capacidade diminuiu 16,5% (-17,3% nas operações internacionais).
Em dezembro, as companhias aéreas da região registraram queda de 17,4% na demanda (-17,9% nas operações internacionais) em relação a 2021. A capacidade caiu 7,0% (-7,4% nas operações internacionais) no mesmo período.
As companhias aéreas da região continuam a ser as mais afetadas pela guerra na Ucrânia.
As operadoras do Oriente Médio relataram uma queda de 10,7% na demanda global e internacional em 2022 em comparação com 2021 e um aumento na capacidade de 4,3% (+4,5% nas operações internacionais).
Em comparação com 2019 (níveis pré-COVID), a demanda ficou 1,6% abaixo nas operações globais e internacionais e a capacidade caiu 6,3% (-6,1% nas operações internacionais).
Em dezembro, as companhias aéreas da região registraram uma queda de 14,4% na demanda para operações globais e internacionais em comparação com 2021. A capacidade aumentou 2,8% (+3,0% para operações internacionais) durante o mesmo período.
As operadoras latino-americanas registraram o desempenho ano a ano mais forte de todas as regiões, com um aumento de 13,1% na demanda em 2022 em comparação com 2021 (+15,0% para operações internacionais). No mesmo período, as companhias aéreas registaram um aumento de capacidade de 27,1% (+27,8% nas operações internacionais).
Face a 2019 (níveis pré-COVID), a procura foi 4,3% inferior (-2,6% nas operações internacionais) e a capacidade diminuiu 14,3% (-10,8% nas operações internacionais).
Em dezembro, as companhias aéreas da região registraram estagnação da demanda (+2,3% nas operações internacionais) em relação a 2021. A capacidade cresceu 27,6% (+32,7% nas operações internacionais) no mesmo período.
As companhias aéreas africanas relataram uma diminuição na demanda de 1,4% para a demanda total e para a internacional em 2022 em comparação com 2021 e um aumento na capacidade de 0,3% (-0,2% para operações internacionais).
Face a 2019 (níveis pré-COVID), a procura foi 8,3% superior (+9,4% nas operações internacionais) e a capacidade diminuiu 15,3% (-14,2% nas operações internacionais).
Em dezembro, as companhias aéreas da região registraram uma queda de 10,0% na demanda para operações globais e internacionais em relação a 2021. A capacidade cresceu 1,3% (+0,2% para operações internacionais) no mesmo período.
Fonte: AeroIn 06/02/2023