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Mercado da aviação de negócios decola novamente

Crescem as vendas de aviões de negócios, destinados aos voos charter. Os grandes (long range) dominam a perspectiva de comercialização para os mercados da América do Norte, China, Índia, Cingapura, Malásia e Golfo Pérsico, assim como a União Europeia.

Só o mercado chinês prevê a venda de 2.400 novos aviões negócios nos próximos 20 anos. As melhorias nas condições de financiamento, aliado à liquidez disponível em diferentes setores, apresenta o cenário perfeito para incentivar os processos de aquisição. 

O setor charter, longe de ser um grande luxo, representa um setor necessário para os executivos de alto escalão, tanto pela privacidade, mantendo reuniões a bordo, disponibilidade total no que se refere a horários, e à correta adaptação às necessidades cambiantes tanto em horários como em destino.

Na Europa, com uma média de 650.000 movimentos anuais, só em novembro último foram realizados mais de 54.000 voos, 8% a mais que no ano anterior. 

A maneira de crescimento mais representativa é a corporativa, na qual uma grande operadora vende partes de um avião, oferecendo uma quantidade de horas a um preço muito competitivo a cada proprietário. O êxito desse tipo de produto se mantêm graças à operação de uma grande frota (por volta de 250 aviões). 

América do Norte representa 55% do movimento mundial da aviação de negócios, seus modelos em produção estão no topo das vendas ano após ano, devido à sua grande competitividade e à qualidade operacional dos seus projetos.

Por tipos, continua a crescente demanda por aviões de longo alcance (10 a 12 horas de voo). Com preços superiores aos US$ 60 milhões, representam 57% das vendas. Cerca de 8.600 aviões de negócios serão vendidos os próximos 20 anos, com uma perspectiva de financiamento de US$ 255 bilhões para a demanda mundial. 

Em uma faixa inferior de negócio, mas muito maior no número de aviões, encontramos os aviões de médio alcance, para voos de 2 a 5 horas, os mais usados pela sua melhor relação, qualidade/preço. Os preços desses modelos oscilam entre US$ 15 milhões e US$ 30 milhões, e o seu aluguel entre os US$ 3.500 e US$ 4.000/hora, satisfaz as necessidades da maior parte do tráfego aéreo interior, e pela sua versatilidade, operam constantemente em todo tipo de serviço.

Contudo, no mercado charter, surpreende a grande quantidade de movimentos de curto alcance, com voos de entre 1 hora e 2h30 como algo excepcional, sendo sua média de 1h30. Nesse este tipo de voo é usado todo tipo de avião, mas, obviamente, os mais competitivos por preço são os jatos pequenos, do tipo Citation ou similar. De operação simples e muito versáteis para operar inclusive em pistas relativamente curtas (1.000 metros), esta é a faixa mais econômica e a melhor aproveitado por clientes VIP, que sem fazer grande ostentação, exigem a mesma privacidade e discrição.

Espera-se que para 2020, o crescimento global da aviação de negócios, alcance os US$ 33,8 bilhões.

De acordo com a Corporate Jet Investors, a quantidade de aviões de negócios em 2024 será:

América do Norte                                4.620 aeronaves (US$ 120 bilhões)

 

América Latina                                    850 aeronaves (US$ 16 bilhões)

 

Ásia-Pacífico                                       570 aeronaves (US$ 19 bilhões)

 

China                                                 835 aeronaves (US$ 33 bilhões)

 

Europa, Oriente Médio e África             2.360 aeronaves (US$ 77 bilhões)

 

Total Global                                        9.250 aeronaves (US$ 265 bilhões)

 

Em porcentagem a América do Norte terá 50% da aviação de negócios mundial, Europa 26%, América Latina 9%, Ásia-Pacífico 6% e China 9%. Trata-se, sem dúvida, de um setor em constante desenvolvimento e que prevê uma projeção emocionante.

Tudo isso sugere, tanto pela especialidade como pela qualidade profissional desse mercado, um bom momento profissional para o mercado de pilotos, embora o excessivo crescimento das companhias aéreas de tráfego regular esteja captando profissionais de todos os setores, gerando um déficit de pilotos de alto nível.

Fonte: Aeromagazine 09/01/2017

 

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