Malha aérea deve encolher 12% em 2016, diz Abear
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, afirmou nesta quinta-feira, 9, que a entidade não enxerga um cenário de melhora significativa para o setor no País até meados de 2017.
O executivo ainda frisou que, neste ano, a redução na malha aérea deve ficar ao redor de 12% em relação a 2015.
O posicionamento de Sanovicz, que participou de teleconferência promovida pela GO Associados para debater os desafios do setor de aviação civil, é semelhante ao emitido no fim do mês passado, quando a entidade divulgou os dados do setor aéreo brasileiro referentes a abril.
Na ocasião, o presidente da Abear afirmou que o ajuste de oferta “certamente será superior a 10% neste ano”.
“O cenário hoje é muito duro, muito difícil. São nove meses consecutivos de queda de demanda, de menos gente procurando o modal aéreo”, disse o executivo, durante a teleconferência.
“Estamos prevendo para este ano uma redução da malha área brasileira ao redor de 12% em relação a 2015, espalhada pelo conjunto do País.”
A demanda doméstica por viagens aéreas recuou 12,22% em abril na comparação com o mesmo mês de 2015.
Em termos absolutos, esse foi o pior desempenho mensal da demanda doméstica desde fevereiro de 2013 e o pior desempenho do indicador para abril desde 2012.
No acumulado de 2016, a demanda doméstica registra queda de 6,54% ante os primeiros quatro meses de 2015.
Segundo Sanovicz, no curto prazo, as empresas aéreas estão enfrentando esse cenário com corte de custos e revisão da malha aérea e de outros processos.
“O que é mais visível para o público é a diminuição de frequências para alguns destinos. Uma cidade qualquer, que antes tinha sete frequências diárias, hoje pode estar com quatro frequências, por exemplo.”
Para o presidente da Abear, a meta, neste momento, é atravessar o momento de instabilidade e, caso necessário, diminuir as estruturas para mantê-las saudáveis e recuperar sua rentabilidade.
“Assim, em meados de 2017, com um ambiente mais adequado, poderemos voltar a crescer.”
Fonte: Exame 09/06/2016