Internacionalização fez aviões da Embraer ganharem competitividade
Das cinco maiores exportadoras brasileiras, quatro vendem commodities. A outra é a Embraer. A fabricante de aeronaves mantém-se há anos como a exceção no topo da lista das empresas que mais vendem ao exterior. E disputa espaço com gigantes como a canadense Bombardier e a francesa Dassault.
Após ser criada em 1969 pelo governo, a empresa buscou logo o mercado externo com o Bandeirantes, primeiro modelo comercial. “O que fez o diferencial da Embraer é ela ter se lançado desde o início”, diz Mauro Kern, vice-presidente de Operações.
Em 2011, intensificou a estratégia com a inauguração de uma fábrica nos Estados Unidos, onde está o maior mercado de jatos executivos, segmento no qual é líder. Um ano depois, veio a unidade em Portugal. Hoje, cerca de 90% do que fabrica vai para o exterior. Aviões da Embraer são usados por 90 empresas aéreas em 60 países.
A posição no mercado externo foi conquistada com investimentos em pesquisa e desenvolvimento, em alguns casos em parceria com fornecedores estrangeiros que fabricam parte dos aviões projetados e construídos pela Embraer. “Estamos verticalizando mais do que fazíamos. É o caso dos interiores”, diz Kern. Este ano, abriu uma nova unidade nos EUA destinada a produzir assentos para aviões executivos e para a primeira classe dos comerciais.
Recentemente, a empresa tem sentido o aumento da concorrência de países como China e Japão. Segundo Kern, a saída é investir ainda mais em pesquisa. “Temos de buscar trabalhar sempre na fronteira da tecnologia”, diz.
Fonte: Folha de S. Paulo