EUA buscam pilotos e abrem portas para brasileiros
Falta de pilotos é crítica nos Estados Unidos e brasileiros podem tirar green-card antes de mesmo de conseguir oferta de trabalho lá.
São Paulo – A crítica falta de pilotos de aeronaves nos Estados Unidos faz da aviação uma carreira promissora para brasileiros que querem emigrar. Profissionais mais experientes, com 2 mil ou 2,5 mil horas de voo, são os pilotos que encontram maior número de oportunidades em companhias aéreas norte-americanas.
“Hoje em dia, muitas linhas aéreas dos Estados Unidos estão fechando as suas rotas por falta de piloto”, diz Leonardo Freitas, sócio da Hayman-Woodward, consultoria especializada em imigração de profissionais. Cerca de 10% dos atuais clientes da consultoria são pilotos. “É o dobro do que atendíamos dois anos atrás”, diz ele que também é piloto e é dono de um táxi aéreo no país.
A cidade de Atlanta, na Geórgia, os estados do Alaska e do Texas, além das cidades de Washington, Chicago e Los Angeles são os principais destinos dos pilotos brasileiros clientes da Hayman.
Mesmo com salários atrativos variando entre 200 mil e 350 mil dólares por ano, as companhias aéreas não encontram profissionais qualificados. O déficit é estimado em 15 mil pilotos, segundo dados fornecidos pela Hayman.
O problema se arrasta há alguns anos. Em 2016, a Boeing apontou que 42% dos pilotos de grandes companhias estariam aposentados em dez anos. Desde 2009, a aposentadoria tornou-se compulsória para pilotos que completam 65 anos de idade. A própria demanda fez com que o limite – que antes era 60 anos de idade – fosse estendido pelo Congresso.
A mudança não resolve a questão, já que o alto custo da formação técnica – por volta de 100 mil dólares – e o fato de que as companhias querem empregar quem já é experiente desestimula o ingresso de jovens na carreira.
Fonte: Exame 25/02/2019