Efeito da aviação na economia pode dobrar sem protecionismo, diz Iata
O tamanho do impacto econômico da indústria mundial de aviação na economia global pode crescer 111% nos próximos 20 anos se as barreiras comerciais diminuírem, mas essa taxa de expansão será reduzida a 67% se a onda protecionista prevalecer, aponta nova pesquisa do Air Transport Action Group (Atag, Grupo de Ação de Transporte Aéreo), que reúne as principais entidades do transporte aéreo, como a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) e o Conselho Internacional dos Aeroportos.
O setor de transporte aéreo global sustenta atualmente 65,5 milhões de empregos e gera US$ 2,7 trilhões em atividade econômica no mundo, de acordo com nova pesquisa do Atag. O relatório projetou dois cenários futuros para o crescimento do tráfego aéreo e empregos relacionados e benefícios econômicos.
Com uma abordagem em que prevalece a expansão do livre comércio, o crescimento do transporte aéreo apoiará cerca de 97,8 milhões de empregos e vai gerar US$ 5,7 trilhões em atividade econômica em 2036.
Contudo, se os governos criarem um mundo mais fragmentado com políticas de isolacionismo e protecionismo, haverá 12 milhões de empregos e US$ 1,2 trilhão a menos na atividade econômica apoiados pelo transporte aéreo, diz a Atag.
O relatório levantou o desempenho da aviação civil para a sociedade e os impactos econômicos, sociais e ambientais desta indústria global. O setor do transporte aéreo faz 120 mil voos e embarca 12 milhões de passageiros todos os dias.
A cadeia de suprimentos mais ampla da indústria da aviação, que inclui por exemplo os empregos diretos e indiretos no turismo, responde por 3,6% da atividade econômica global. Segundo o estudo, mais de dez milhões de pessoas trabalham diretamente para o próprio setor.
As viagens aéreas transportam 35% do comércio mundial em valor (US$ 6 trilhões em 2017), mas menos de 1% em volume (62 milhões de toneladas em 2017).
As tarifas aéreas hoje são cerca de 90% mais baixas do que a mesma jornada teria custado em 1950, o que permitiu o acesso a viagens aéreas por parte da população. Se a aviação fosse um país, teria a 20ª maior economia do mundo — aproximadamente o mesmo tamanho da Suíça ou da Argentina.
Os empregos na aviação são, em média, 4,4 vezes mais produtivos do que outros empregos na economia.
Ainda segundo dados da pesquisa do Air Transport Action Group, há atualmente 1.303 companhias aéreas no mundo. Essa empresas utilizam 31.717 aeronaves que voam 45.091 rotas ligando 3.759 aeroportos em um espaço aéreo que é gerenciado por 170 prestadores de serviços de navegação aérea.
Fonte: Valor 03/10/2018.