Cia aérea brasileira pode entrar no acordo da Avianca, United e Copa
A Azul pode fazer uma aliança inédita com a Avianca, após a empresa fechar um grande acordo com a United Airlines para investimento, parcerias e joint-venture para um acordo de céus abertos.
O acordo foi anunciado ontem, mas ainda não possui grandes detalhes. Inicialmente seria um empréstimo de $500 milhões da United à Avianca Holdings (Colômbia) tendo como garantia ações na empresa. Outros pontos do negócio incluiriam compartilhamento de voos, acordos tarifários e estratégia conjunta para o mercado das Américas.
Apesar de a Avianca Brasil (que opera de maneira independente da Avianca Holdings) não ter sido citada durante o anúncio do acordo, é esperado que a empresa finalmente realize sua fusão com a parente colombiana. E foi exatamente falando sobre o Brasil que o Diretor Financeiro da Avianca Holdings, Gerardo Grajales, citou a Azul em entrevista à Reuters: “As duas companhias (Avianca Brasil e Azul) se complementam no mercado brasileiro. Desde o início pensamos que o Brasil deveria ser incluído no nosso acordo, porém, nenhuma parceria seria feita se não tivesse um acordo de céus abertos (entre EUA e Brasil)”.
A Azul e a Avianca possuem um certo “relacionamento” que não é de hoje. Os donos do grupo Synergy que controla as Aviancas, os irmãos José e Germán Efromovich, disputaram muito a aquisição da TAP Air Portugal com David Neeleman da Azul quando a mesma foi parcialmente privatizada. Apesar de sere do mesmo “dono” da Azul, a TAP possui acordos com a Avianca Brasil por ser da Star Alliance, e o mesmo acontece com a United, que é dona da Copa e tem 8% de participação na Azul.
Antes da entrada da Avianca Brasil na Star Alliance, a Azul foi especulada como substituta na aliança da então TAM, que migrou para a Oneworld após sua fusão com a LAN. Aparentemente o modelo de baixo-custo da Azul não estava ao nível da Star Alliance, que preferiu a tradicional Avianca Brasil. Segundo dados da ABEAR, as duas empresas possuem atualmente 32,37% de participação no mercado doméstico e 21,83% no internacional no acumulado de janeiro à outubro deste ano, e também são as aéreas brasileiras mais bem avaliadas na SkyTrax.
Um grande desafio à frente desse possível “acordão” já está sendo enfrentado: devido à capilaridade da Avianca Holdings, United e Copa, o acordo atual está passando por aprovação de 20 países onde essas empresas tem bases. No caso do acordo Azul + Avianca Brasil o principal desafio seria passar pela aprovação do CADE, o que não seria tão impossível dada a aprovação sem restrições da compra da Webjet pela GOL e da fusão Azul + Trip.
Fonte: AeroIn 04/12/2018