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Bombardier aposta em diversidade para atrair demanda no Brasil

A unidade de jatos executivos da empresa canadense Bombardier aposta na diversidade de modelos da companhia, dez no total, para capturar o máximo da demanda no mercado brasileiro, disse em entrevista o vice-presidente de vendas para Américas da unidade de Bombardier aviação executiva, Stephano Leroy.

“Vemos uma volta da demanda mais interessante, que está vindo de diferentes segmentos. Do agronegócio, de empresas de serviços e de indústrias. Estamos mais otimistas neste ano porque vemos mais movimentação, maior prospecção e interesse de potenciais compradores”, afirmou Leroy, que está em São Paulo nesta semana, onde a Bombardier Business Aircraft é uma das 147 marcas expositoras do show aéreo anual (Labace), que expõe 52 aeronaves.

O Brasil, que tem a segunda maior frota de aeronaves particulares do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, ficou com o mercado estagnado em termos de vendas desde 2015, por causa da recessão econômica, que levou executivos, empresários e empresas a adiarem planos de atualizar a frota.

“Não vemos mais hoje, por exemplo, muitos descontos [nos preços dos jatos], o que é um bom sinal. Estamos trabalhando com margens neste ano melhores que no ano passado”, afirmou o vice-presidente da unidade de Bombardier de aviação executiva.

A companhia reportou, no primeiro semestre de 2018, uma receita de US$ 2,42 bilhão com os jatos executivos, alta de apenas 0,3% na comparação com igual período de 2017. Em termos de lucro, essa área de jatos executivos da Bombardier teve, entre janeiro e junho de 2018, um ganho antes de juros e impostos (Ebit) de US$ 205 milhões, ou 15,2% a mais que um ano antes.

A Bombardier Business Aircraft participa da Labace com duas aeronaves expostas, o Challenger 350, que custa, a preço de tabela, na casa de US$ 27 milhões, e o Global 6000, equipado com a Premier Cabin, que será apresentada pela primeira vez ao mercado brasileiro, com preço de lista da ordem de US$ 60 milhões.

Maior competitividade

Leroy disse que a reação no mercado brasileiro tem sido bastante dispersa considerando modelo e perfil dos compradores. “Nesse cenário, o fato de termos um leque amplo de modelos aumenta nossa competitividade”, afirmou o executivo da Bombardier, referindo-se à carteira de dez modelos – do Learjet 70, com capacidade para sete passageiros e alcance para 3,8 mil quilômetros, ao Global 6000, que transporta até 17 passageiros e voa sem escalas até 14,6 mil quilômetros.

O vice-presidente da fabricante canadense de jatos executivos destacou que a retomada do mercado brasileiro é determinante para a melhora do segmento de jatos executivos em todo o mundo. “Parte relevante da potencial demanda mundial que enxergamos na próxima década está na América Latina”, disse.

Nos próximos dez anos, a Bombardier projeta demanda para 675 aeronaves na América Latina, gerando negócios da ordem de US$ 21 bilhões. 

O continente latino americano é o terceiro maior mercado de aviação executiva.  Argentina, Brasil, México e Venezuela detém mais de 80% da frota da região. 

Nos últimos dez anos, a Bombardier Business Aircraft entregou, no Brasil, 188 aeronaves, nas categorias light, medium e large. Isso representa cerca de 33% dos 565 jatos entregues em toda a América Latina durante o mesmo período. 

Em todo o mundo, existem hoje 4.800 aeronaves executivas da Bombardier em operação.

Fonte: Valor 15/08/2018

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