Acordo da Gol com companhia de táxi aéreo abre novo mercado
Mudanças regulatórias abriram caminho para que a Gol anuncie nas próximas semanas uma parceria com uma companhia de táxi aéreo para levar passageiros de cidades pequenas para destinos no Brasil ou no exterior.
Acordo com a Two Flex poderá levar passageiros de até 109 localidades com menos de 200 mil habitantes para centros atendidos pela Gol.
Pessoas que participaram das conversas afirmam que as cidades ainda estão sendo definidas. Nenhum voo destas cidades até um aeroporto no qual a Gol opera vai durar mais do que uma hora e meia.
Em nota, a Gol diz que estuda, com a Two Flex, um plano para ampliar a operação no Rio Grande do Sul.
As passagens serão vendidas no site da Gol, que pagará à empresa de táxi aéreo.
A Two Flex pertence ao empresário Rui Aquino, ex-presidente do braço de aviação executiva da TAM. Ela já opera um projeto parecido de aviação regional com o governo de Minas Gerais, conectando 20 cidades do interior ao aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.
Nas conversas com o governo, a Two Flex projetou que esse modelo pode cobrir mais 330 cidades com aumento de frota para 175 aviões Cessna Caravan (hoje a empresa tem 18, com capacidade para nove passageiros) e outras 80 aeronaves para até 18 passageiros.
Essa estrutura permitiria o aumento em 2% do número de passageiros transportados por ano –um negócio de R$ 850 milhões em receitas.
Técnicos da SAC (Secretaria de Aviação Civil) e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) estimaram que, caso haja outras empresas nesse ramo, a aviação comercial poderá crescer até 5% em passageiros embarcados por ano.
Por isso, os órgãos reguladores decidiram mudar as regras da aviação para aeródromos de cidades com menos de 200 mil habitantes.
Antes, as exigências de investimento e segurança, como equipamentos de raio X, eram tão severas que inviabilizavam operação de companhias menores.
Fonte: Folha de São Paulo 06/09/2018