Infraestrutura

Impacto de reativação do Pampulha divide opiniões

A reativação do aeroporto da Pampulha, que tem capacidade para 2,2 milhões de passageiros e recebeu 244 mil em 2016, usando 11% de sua capacidade, divide opiniões. A Prefeitura de Belo Horizonte e o Movimento Liberação pra Ponte Aérea Já é favorável, enquanto que a BH Airport – concessionária que administra o aeroporto de Confins – e moradores no entorno do terminal da capital são contra.

O presidente da BH Airport, Paulo Rangel, calcula uma perda na casa dos 3 milhões de passageiros (considerando as conexões) em Confins, se Pampulha operar na sua capacidade máxima, o que dependeria de mais investimentos. “Num cenário econômico de crise, é ilógico pensar nisso. A época é inadequada”, defende.

No ano passado, o maior aeroporto do Estado recebeu 9,650 milhões de passageiros, total menor que o verificado em 2015 (11,3 milhões). A capacidade é de 22 milhões de passageiros por ano.

 

No último dia 21, pelo Twitter, o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil anunciou que a capital precisa reativar o aeroporto da Pampulha.

O jornal “O Estado de S. Paulo” informou que teve acesso a uma nota técnica do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, e que dependendo do cenário, a retomada do aeroporto, poderá representar queda de 8,5% a 51% da receita de Confins.

O professor curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade Fumec Deusdedit Carlos Reis disse não acreditar num impacto que chega a 51% da receita de Confins. “O Aeroporto da Pampulha não tem de maneira nenhuma intenção e nem capacidade para competir com Confins. A ideia de melhora não é para concorrência, e sim aproveitar um aeroporto que está ocioso, mas que tem uma estrutura muito boa, melhor do que muitos do país e é muito seguro. É uma estrutura muito tímida, não acredito que possa trazer prejuízo para Confins”, analisa.

O presidente da BH Airport também não aposta num impacto tão alto, mas afirma que haverá reflexos, na casa dos 30% da operação. “Isso (a reativação de Pampulha) preocupa muito os acionistas privados, pois não estava na regra do jogo. Quando o leilão foi feito havia um acordo entre os governos federal e estadual de que a vocação de Pampulha era aviação geral e executiva”, frisa Rangel.

Ele ressalta que a empresa tem trabalhado para transformar Confins num hub de voos domésticos para abastecer os voos internacionais. “Toda malha seria afetada pela decisão de Pampulha, incluindo as conexões”, diz. (com agências)

Vantagem

Demanda. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Daniel Nepomuceno, diz que há espaço para dois aeroportos e que a quantidade de voos é determinada pelo mercado.

LIBERAÇÃO

Movimento quer retorno imediato

O Movimento Liberação pra Ponte Aérea Já quer a volta de voos para São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, na Pampulha. “Outra capitais no país contam com mais de um aeroporto”, ressalta o participante do grupo Carlos Coutinho.

O empresário Marcos Azevedo Bahia também é favorável. “Já viajei muito pela Pampulha. É mais prático. Deveríamos ter mais opções de voos para São Paulo e Rio de Janeiro”, defende. Na Pampulha operam a Flyways e Passaredo, aviação executiva e voos não-regulares. (JG)

Terminal comporta mais fluxo

O número de passageiros do transporte aéreo que passa por Belo Horizonte deveria estar na casa dos 35 milhões por ano para justificar dois aeroportos comerciais concorrentes na cidade, conforme o presidente da BH Airport, Paulo Rangel. “São dados de estudos internacionais”, diz. Na capital, são 10 milhões de passageiros/ano. “Teríamos que crescer mais de três vezes o que é hoje”, frisa. Ele ressalta que em São Paulo existe justificativa para ter mais de um aeroporto, já que o volume de passageiros é de 60 milhões/ano. E no Rio de Janeiro está na casa dos 30 milhões.

Fonte: O Tempo 03/03/2017

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