Infraestrutura

DECEA recebe cias aéreas para debater nova circulação aérea sobre São Paulo

Uma equipe de profissionais especializados do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) e do Serviço de Proteção de Voo de São Paulo (SRPV-SP), unidades do DECEA, reuniu-se, de 9 a 13 de janeiro, nas instalações do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), para um esforço concentrado de avaliações e simulações, no intuito de definir uma nova configuração para os movimentos na terminal aérea de São Paulo (TMA-SP). 

Coordenado pelo gerente do projeto de implementação operacional PBN – Performance Based Navigation (Navegação Baseada em Performance) do Programa Sirius, Major Eduardo Sardella da Silva, o evento viabilizou a execução da chamada STR (Simulação em Tempo Real) nos cenários e configurações propostos pelos especialistas. 

No período, controladores de tráfego aéreo do SRPV-SP emularam operações reais em consoles de tráfego aéreo do laboratório de Simulação do ICEA (LABSIM). As simulações ocorreram ao longo da semana, com um debrifim diário para exposição de situações específicas e avaliação das necessidades operacionais por parte dos supervisores.

A concepção de uma nova configuração que leve em conta procedimentos, chegadas e saídas da terminal aérea mais movimentada da América Latina é fruto das necessidades de readequação, sobretudo do setor oeste da TMA-SP, em face da implementação da Navegação Baseada em Performance (PBN) no Sul do País.  Com a reformulação, novas aerovias provenientes da região – mais diretas e precisas – estão sendo desenvolvidas, demandando uma harmonização das mesmas com as chegadas e saídas da terminal.

Para se ter uma ideia da magnitude do projeto, a implementação do PBN no Sul do País – cujas efetivação completa ocorrerá em 12 de outubro deste ano –  irá demandar a criação de 380 novas cartas aeronáuticas (mapas de procedimentos de navegação aérea ou aerovias). Seu principal objetivo será o de “inserir a região na concepção moderna de conceito de espaço aéreo, que é a navegação baseada em performance, proporcionando rotas e procedimentos mais curtos e diretos, reduzindo o tempo de voo e viabilizando economia de combustível e a consequente redução da emissão de CO2” afirma o Major Sardella.

Alinhada aos processos de decisão colaborativas, princípio basilar na busca por soluções e na tomada de decisões estratégicas do DECEA, a semana culminou na recepção de representantes das principais companhias aéreas brasileiras para uma demonstração dos cenários propostos e para o debate das soluções para a evolução da circulação aérea da terminal paulistana. Na ocasião, o chefe da seção operacional do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP), Capitão Clério Diniz Fernandes, e o Diretor Assistente de Segurança Operacional e Operações de Voo da International Air Transport Association (IATA), Júlio Cesar de Souza Pereira, expuseram os resultados das simulações e debateram com os representantes das aéreas as soluções diante das novas demandas de movimentação aérea.

Para o Comandante Danilo Oliveira, piloto da LATAM Airlines e Assistente de Flight Standard da empresa, a discussão foi positiva. “A integração é essencial tanto para os controladores quando para os pilotos. Aprendemos muito com os controladores. Muitas vezes não temos esta visão mais macro, que leve em conta as ações e necessidades dos controladores de tráfego aéreo. Do mesmo modo é importante para o controlador entender o que ocorre dentro do cockpit. A troca de experiência só favorece ambos os lados”, afirmou.

Para Rodrigo coelho, piloto e especialista de Safety da Gol Linhas Aéreas, “é fundamental manter esta integração entre os órgãos públicos e as companhias aéreas de modo que todas as partes em conjunto possam chegar as melhores soluções”. 

O novo cenário proposto para a circulação aérea na TMA-SP, simulado em tempo real pelos controladores de tráfego aéreo ao longo da semana, segue agora para validação no Subdepartamento de Operações do DECEA. Uma vez validado, ensejará o início da produção das novas cartas aeronáuticas para a região.

Fonte: DECEA 20/01/2017

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