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SERIPA V alerta pilotos e controladores para a prevenção

Três temas vão marcar o ciclo de palestras que será promovido pelo Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V) à comunidade aeronáutica da região de Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná. O evento acontecerá no dia 21 de setembro, das 9h às 17h, no auditório da INFRAERO local.

Ao todo serão discutidos três assuntos, em cinco apresentações. Pela manhã, serão debatidos os temas sobre “a influência dos fatores ATS (Serviço de Tráfego Aéreo) na mitigação do acidente aeronáutico”; e o “F.O.D. (Foreign Objects Damage, em inglês) e a segurança aeroportuária”. Os mesmos temas serão ministrados na parte da tarde, para facilitar o acesso de todos os profissionais que cumprem escala de trabalho.

O terceiro assunto será sobre “a aerodinâmica e o desempenho de aeronaves de baixa performance”, que ocorrerá no final do encontro. As palestras serão proferidas pelo Chefe do Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V), Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro. 

Ciclo de Palestras – O encontro tem por objetivo fomentar o conhecimento mútuo entre pilotos, controladores e profissionais da infraestrutura aeroportuária. “Não basta só o conhecimento técnico, é necessário que o profissional tenha capacidade para interagir com o ambiente do sistema de aviação civil, seja pela assertividade ou pelo estudo de casos reais”, disse o Tenente-Coronel Renato.

De acordo com o palestrante, um dos estudos de casos reais a ser apresentado à audiência mostrará duas aeronaves da Aviação Geral em voo de instrução, em pleno céu azul. Entretanto, na aproximação para um aeroporto de grande porte, o tráfego aéreo é acelerado sem necessidade, provocando o acidente que causou a morte dos tripulantes. A situação exemplifica como é possível melhorar a coordenação entre pilotos e controladores.

É necessária uma mudança de conduta dos profissionais em relação à dinâmica da aviação, explica o Chefe do SERIPA V. “Se o controle de tráfego aéreo conhece as características dos diferentes tipos de aviação (geral, transporte, instrução e outras), bem como a rotina operacional dos aeronavegantes, detém informações prévias que permitem monitorar, acompanhar e interferir para apoiar, sobretudo, em situações de risco”, afirmou.

“A proposta não é retirar o profissional da rotina operacional nem da fraseologia padrão, mas propor um aumento do conhecimento para uma atuação engajada no sistema”, declarou o Tenente-Coronel Renato.

Objetos estranhos – Em julho deste ano, um mecânico faleceu depois de um acidente no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. O funcionário teria sido atingido pela roda de uma aeronave, que estava sendo deslocada no pátio do aeroporto, durante a madrugada. Segundo relatos, chovia no momento do acidente e as condições eram de baixa visibilidade.

Após esse acidente, aumentou a preocupação da administração aeroportuária com os F.O.D. e os problemas de segurança. A segurança Operacional é responsável pela geração, controle, remoção e catalogação de objetos na pista, os quais são nocivos e causam sérios prejuízos, não só à Linha Aérea, mas também aos demais operadores que utilizam a infraestrutura do aeroporto.

O F.O.D pode gerar problemas aos sistemas da aeronave, acarretar lesões graves ou até mesmo a morte de tripulantes ou passageiros, além de prejuízos financeiros na reparação do dano. Nesse cenário, a palestra sobre o F.O.D. é uma tentativa de elevar a cultura operacional, por meio de mídias e processos interativos, valorizando o programa permanente de controle dos detritos na pista, com a interação dos demais programas, a exemplo do risco baloeiro e do perigo aviário.

Segurança de Voo – “Aerodinâmica e o desempenho de aeronaves de baixa performance” será o tema final do encontro, que mostrará os fundamentos da teoria de voo. Trata-se de um tema relevante no contexto da atividade aérea, que tem despertado o interesse de aeronavegantes.

“A Aerodinâmica é um tema explorado nos cursos teóricos de voo e, normalmente, o assunto não é mais debatido ao longo da vida profissional. Muitos profissionais não entendem as consequências práticas desse conhecimento, as quais são identificadas no processo investigatório”. Na visão do Chefe do SERIPA V, a proposta é tornar o assunto mais prático e menos matemático.

SERIPA V – Órgão regional, que tem como missão planejar, gerenciar e executar atividades de prevenção e investigação de acidentes aéreos na Região Sul. É uma organização do Comando da Aeronáutica vinculada ao CENIPA.

Fonte: CENIPA 06/09/2016

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