Indústria

Honda Aircraft espera entregar 125 HondaJet até 2017

Mesmo enquanto o novo HondaJet HA-420 ainda estava no processo de certificação, a indústria sabia que este seria um modelo revolucionário. “Ele é o veículo esportivo de alta performance do céu”, disse Ernst Arvai, da consultoria AirInsight, após a aeronave ter recebido a certificação Part 23 pela Federal Aviation Administration (FAA) na semana passada. Além de ter uma cabine mais alta e espaçosa do que as de seus concorrentes, a Arvai explicou que o HondaJet oferece alta performance para seu alto preço: uma velocidade de 777 km/h, maior altitude de operação (até 43.000 pés) e eficiência de combustível 17% maior do que a daconcorrência.

O CEO da Honda Aircraft, Michimasa Fujino, chama a aeronave de “o Acura de sua classe”, o que poderia prever uma mudança de vendas no mercado de negócios da aviação, considerando que isto foi exatamente o que a Honda e a Toyota causaram na indústria automobilística na década de 1970. A grande questão é se a nave irá ou não atender às expectativas de qualidade estabelecidas pela Honda Motor, sua montadora. Porém, segundo algumas declarações recentes sobe fuselagem composta e qualidade de produção, provavelmente não demorará muito para descobrir. O investimento no HondaJet é estimado entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.

Atualmente, há 25 aeronaves na linha de produção no Piedmont Triangle International Airport, em Greensboro, no estado norte-americano da Carolina do Norte, que agora emprega 1.700 funcionários. A Honda Aircraft espera entregar entre 40 e 50 aeronaves em seu primeiro ano e 75 aeronaves em 2017. As entregas terão início no final deste mês.

A empresa se estabeleceu em Greensboro, em 2000, como um local de pesquisa para o design inovador. Desde então, investiu quase US$ 150 milhões em linhas de produção e de atendimento aos clientes no aeroporto e, com 46.451 m², não há apenas espaço o suficiente para aumentar a produção, mas também para novos produtos. O que contribuiu para a escolha de Greensboro como localização é que os Estados Unidos permanecem sendo o maior mercado de aeronaves do mundo. Diferente de outras montadoras de outros lugares que estabeleceram sua produção em seus países de origem antes de investir em áreas nos EUA, a Honda Aircraft começou lá.

Desafios

Este é um longo jogo para a Honda, que está seguindo os passos de antecessores para produzir uma família de aeronaves que, provavelmente, criará desafios para todo o mercado de negócios da aviação. Aeronaves executivas pequenas sofreram grande impacto durante a Grande Recessão, porque seu segmento depende de mais financiamento. O setor tem tido uma recuperação lenta e, por isso, o momento em que o HondaJet será lançado pode representar um ponto favorável.

“Nós estabilizamos a Honda Aircraft como uma nova empresa aeroespacial e introduzimos nosso primeiro produto – um jato leve avançado com tecnologias desenvolvidas a partir de sérias atividades de pesquisa”, disse o CEO Michimasa Fujino. “Nós desenhamos, testamos, e agora certificamos este design de aeronaves – um desafio sem precedentes para a Honda.”

Na última vez em que um desafiante entrou no mercado com tanto potencial foi quando a Embraer decidiu diversificar seus negócios. Entrar em um mercado e criar sete aeronaves, incluindo quatro designs completamente novos, em 15 anos é uma conquista incrível em uma indústria que costuma basear-se em versões novas ou derivadas de modelos já existentes. Isto mudou as regras do jogo para Cessna, Dassault, Gulfstream, Bombardier e outros. Se seguir o exemplo da Embraer, a Honda deve fazer o mesmo e não deve se contentar apenas com as aeronaves executivas. Poderia, também, diversificar no mercado comercial. Afinal, a Mitsubishi lançou recentemente seu primeiro programa de testes para um dos primeiros jatos regionais inovadores em mais de uma década. Não é absurdo pensar que uma parceria poderia acontecer se ambos atingirem sucesso no mercado.

Fonte / Imagem: Forbes (16/12/2015)

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