Indústria

Empresas aéreas propõem reajuste que recompõe o INPC

Em nova rodada de negociação, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) propôs reajuste salarial que recompõe o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) integral aos trabalhadores da aviação comercial regular, além de reajuste de 11% nos benefícios.

Para os aeroviários com salário de até R$ 1.500, grupo que representa aproximadamente 45% do efetivo desses profissionais, as empresas oferecem reajuste nos salários e pisos de 5,5% em fevereiro e mais 5,5% em junho, totalizando 11%. O INPC registrado até novembro de 2015 foi de 10,97%.

Aos que ganham acima de R$ 1.500, o reajuste será de 3% em fevereiro, acrescido de 2% em junho e outros 6% em novembro, totalizando 11%. Os aeroviários com salário acima de R$ 10 mil recebem reajuste de R$ 300 em fevereiro, mais R$ 200 em junho e outros R$ 600 em novembro, incorporando R$ 1.100 aos salários no final do período.

Para aeronautas (comissários, pilotos e copilotos) o reajuste também será concedido em três parcelas: 3% em fevereiro, 2% em junho e outros 6% em novembro, totalizando 11%.

Já os benefícios – vale alimentação, vale refeição, diárias nacionais e seguro de vida – serão reajustados em 11% retroativos a dezembro para todos os profissionais. O teto do vale alimentação, que hoje é de R$ 4 mil, terá acréscimo de 3% em fevereiro, 2% em junho e 6% em novembro.

As companhias aéreas brasileiras consideram que chegaram a uma proposta sustentável de concessão nas cláusulas econômicas aos trabalhadores, tendo em vista que a retração da economia impacta fortemente as operações do setor no Brasil.

No campo das despesas, o dólar, que representa cerca de 60% dos custos da aviação, já ultrapassa o patamar de R$ 4. Já no lado das receitas, as empresas tiveram quatro meses consecutivos de queda de demanda de passageiros no transporte doméstico – menos 7,9% em novembro, 5,8% em outubro, 0,8% em setembro e 0,6% em agosto – mesmo com a redução de mais de 18% nas tarifas aéreas em voos domésticos no primeiro semestre de 2015, em relação ao mesmo período de 2014.

De acordo com o mais recente relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de janeiro a setembro de 2015, Avianca, Azul, Gol e TAM acumularam prejuízo líquido de R$ 3,7 bi.

A Federação Nacional de Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac) e a Federação Nacional de Trabalhadores em Empresas de Transporte Aéreo (Fntta) levarão a nova proposta das empresas para deliberação em assembleias.

Fonte: Monitor Mercantil (28/01/2016)

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