Indústria

Crise na Petrobras frustra projeto de aeronave civil

A situação atual da Petrobras frustrou, pelo menos por enquanto, os planos da Helicópteros do Brasil S/A (Helibras) de começar a fabricar a versão civil do helicóptero H225M (nova nomenclatura do EC725), negociado com as Forças Armadas Brasileiras, em sua planta em Itajubá, no Sul de Minas.

A empresa já está qualificada para produzir o modelo que atenderia ao mercado de óleo e gás e off shore brasileiro, dominado pela estatal, que atravessa um momento complicado, com escândalos de corrupção, corte de investimentos e queda no valor das ações. No entanto, a própria Helibras admite que não existe demanda deste segmento atualmente.

A Helibras tinha planos de iniciar a fabricação da versão civil do helicóptero, o H225 (nova nomenclatura do EC225) a partir deste ano. A empresa informou que já reúne conhecimentos, componentes, mão de obra especializada e a certificação Production Organization Approval (POA), da Airbus Helicopters, que a qualificam para fabricar o modelo na plataforma mineira.

Conforme divulgado pela Helibras anteriormente, a ideia era de que o modelo civil da aeronave atendesse ao mercado de óleo e gás nacional, já que a aeronave tem um raio operacional de 500 quilômetros, o suficiente para o transporte de civis até as plataformas off shore da Petrobras, que domina esse segmento no Brasil.

Negociações – Porém, em nota enviada à reportagem, a Helibras afirma que esse “é um mercado de negociações longas e aquisições espaçadas, e que, com o cenário econômico nacional, não tem fomentado grandes investimentos”. A empresa acrescenta ainda no texto que, “por enquanto, não há demanda registrada para novos helicópteros desse modelo, mas acreditamos que, pela capacidade do setor de petróleo e gás no Brasil, isso deverá ocorrer após a reorganização e retomada das atividades desse mercado”.

No documento, a empresa destaca que está focada em cumprir o contrato com as Forças Armadas. “Neste momento, a Helibras tem se concentrado em prestar total apoio e suporte aos 38 helicópteros do modelo – sendo 22 H225M (versão militar) e 16 H225 (civil), que já operam no Brasil, por meio de programas específicos, como o Fleet Center, uma plataforma de atendimento destinada aos operadores off shore para suporte logístico e técnico, manutenção, reparos e substituição de peças”.

O contrato com o Ministério da Defesa prevê o fornecimento de 50 modelos para as Forças Armadas, em um negócio da ordem de 1,8 bilhão de euros e resultado de acordo entre os governos do Brasil e da França. Para a fabricação dos modelos, a planta recebeu R$ 420 milhões em investimentos.

A Helibras informou ainda que inaugurou, no ano passado, o Centro de Treinamento e Simuladores no Rio de Janeiro, que abriga o único Full Flight Simulator de helicóptero H225M nas Américas, e que já está à disposição para treinamentos das tripulações que operam o modelo nas bacias brasileiras.

Além disso, o Centro de Suporte ao Cliente, estruturado há três anos pela empresa, conta com uma equipe especial para atendimento às prestadoras de serviço no mercado off shore. “Entendemos que neste tipo de atividade, os clientes precisam da total disponibilidade de seus helicópteros e não podem aguardar em terra por muito tempo, por isso o cuidado diferenciado”, afirmou, em nota, a Helibras.

Fonte: Diário do Comércio (23/01/2016)

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