CENIPA, IATA, FAA e BAST se apresentam no SMS 2017
A parte da tarde do Safety Management Summit 2017, foi dedicada às estatísticas e ao RASG-PA.3
Abrindo as palestras, o Chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), Brigadeiro do Ar Frederico Felipe, trouxe como tema as “Estatísticas da Aviação Civil brasileira”.
Depois de apresentar o histórico do Centro e de falar dos cursos de capacitação de profissionais para compor o quadro de efetivo do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER).
Promover a prevenção de acidentes aeronáuticos é a missão do CENIPA, que disponibiliza dados estatísticos abertos em seu site na internet.
“O Painel SIPAER permite que os usuários possam fazer pesquisas sobre estatísticas de maneira rápida, segura e intuitiva. Lá estão dados sobre acidentes ocorridos, como local do acidente, modelo da aeronave, rota, dentre outros filtros que possam interessar aos pesquisadores. É também possível levantar relatórios de investigações e fazer o download dos mesmos”, explica o Brigadeiro.
Também é possível levantar cenários distintos para comparações e estudos de acidentes para trabalhos de prevenção.
O Brigadeiro destacou que “os dados foram revisados para garantir sua qualidade e confiabilidade”.
De maneira didática, o Chefe do CENIPA apresentou o Painel SIPAER, mostrando como os usuários podem acessar e coletar as informações ali disponibilizadas.
“Em geral, o número de acidentes e fatalidades vem decrescendo, o que indica que medidas de prevenção vêm sendo instituídas e tomadas em todos os segmentos da aviação”.
Nos últimos dez anos 808 pessoas faleceram em acidentes aeronáuticos. “Quando se mantém um longo período sem acidentes, é possível que o nível de atenção caia, o que pode permitir a ocorrência de novos acidentes ou fatalidades. Cabe aos profissionais da área buscar manter alto o nível de atenção, principalmente nestes períodos”, comentou o Brigadeiro.
Dentre os tipos de ocorrência estão a falha do motor em voo (20%), perda de controle em voo (20%), perda de controle em solo (14%) e colisão em voo com obstáculo (8%).
62% dos acidentes na Aviação Civil Brasileira tiveram uma dessas quatro condições como primeiro evento em ocorrências de acidentes.
Quanto aos fatores contribuintes, destacam-se infraestrutura, coordenação de cabine, percepção, planejamento gerencial, processo decisório, esquecimento do piloto, pouca experiência do piloto, manutenção de aeronave, planejamento de voo e julgamento de pilotagem.
“Os programas de treinamento das tripulações são de vital importância. Todos devem passar por processos contínuos de revisão e aprimoramento”, ressaltou o Brigadeiro Felipe.
O levantamento dos dados estatísticos tem mesmo essa meta – a de gerar informação relevante, para que, consequentemente, ações e medidas de prevenção possam ser tomadas.
Outra área que merece total atenção e investimento é a da capacitação dos treinadores. “Não podemos deixar que profissionais fiquem sem as informações precisas e relevantes de que precisam”.
“Os dados estatísticos não apontam fotos estáticas de determinadas situações. Nós devemos ir além e nos aprofundar em estudos sobre estas estatísticas que irão nos permitir a atingir níveis maiores de atenção e prevenção e, por extensão, maiores níveis de segurança operacional”, concluiu.
Dando sequência, a palavra foi passada aos Diretores da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Carlos Cirilo, e da Administração Federal de Aviação (FAA), Christopher Barks.
O Diretor da IATA abriu sua apresentação falando da missão da Organização Internacional de Aviação Civil (OACI) para a redução do risco de fatalidade na aviação.
O Grupo Regional de Segurança da Aviação – Região Pan Americana (RASG-PA – Regional Aviation Safety Group- Pan America) criado em novembro de 2008, visa assegurar a harmonização e coordenação dos esforços de segurança destinados a reduzir os riscos de fatalidades para operações regulares da aviação comercial na América do Norte, Centro-Americana e Caribe (NAM/CAR) e as regiões sul-americanas (SAM) em 50% até 2020, considerando o ano de 2010 como referência.
Para tanto, promovem a implementação das iniciativas de segurança resultantes por parte de todos os países envolvidos – são 34 Estados e dezenove territórios do continente americano, incluindo organizações internacionais – como IATA, Organização Civil de Navegação Aérea (CANSO), Federação Internacional das Associações de Pilotos de Linha Aérea (IFALPA), entre outras – e indústrias da aviação mundial.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que atua como coordenadora no Comitê Executivo do RASG-PA e como co-Presidente do PA-RAST (subgrupo responsável por elaborar as iniciativas de mitigação de risco para a aviação comercial), o Grupo foi formalmente reconhecido pela OACI e hoje é parte fundamental do Plano Global de Segurança Operacional (Global Aviation Safety Plan).
Segundo Cirilo, das recomendações da cadeia de segurança desenvolvidas pelo RASG-PA, três se aplicam à estratégia de mitigação de riscos: Treinamento de Tripulação – performance de decolagem; produtos aeronáuticos – soluções de projeto em aeronaves e seus sistemas embarcados; e regulação – foco de atuação dos Estados, com suas respectivas autoridades de aviação civil.
Segundo Christopher Barks, uma das coisas mais importantes é a colaboração. Por isso a troca de informação entre os Estados é fundamental.
No período de 10 a 13 de junho de 2018, em Buenos Aires, Argentina, as autoridades estarão novamente reunidas na 9ª Pan American Aviation Safety Summit.
Após o intervalo, fechando o dia, se apresentaram os grupos que compõem o Grupos Brasileiros de Segurança Operacional (BAST).
Os Grupos Brasileiros de Segurança Operacional foram representados por seus respectivos Presidentes: Aviação Comercial (BCAST), Antônio Marques Peixoto; Infraestrutura Aeroportuária (BAIST), Rafael Faria; Aviação Geral (BGAST), Eduardo Américo Campos Filho; e de Helicópteros (BHEST), Antônio Modesto.
Representantes dos Grupos apresentaram suas ações e realizações do ano de 2017 e falaram das metas para 2018. Comunicação e troca de conhecimentos foi uma tônica dentre os grupos, que visam a contínua evolução da Segurança Operacional.
Fonte: DECEA 07/12/2017