De acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), em seu relatório semanal publicado no dia 9, os governos têm um papel crucial em facilitar o mercado de créditos de carbono do CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation), conhecidos como Unidades de Emissão Elegíveis do CORSIA (EEUs), para apoiar a jornada da indústria da aviação rumo à descarbonização.
Em 2024, 126 Estados se voluntariaram para participar do CORSIA, e, na sua primeira fase (2024-2026), a demanda estimada por EEUs varia entre 64 e 162 milhões de unidades, dependendo dos cenários de previsão de tráfego. No entanto, a oferta de EEUs é atualmente extremamente limitada, com apenas 4,6 milhões de unidades emitidas no início deste ano pelo programa Architecture for REDD+ Transaction, originadas de um projeto na Guiana.
A escassez de EEUs está relacionada ao fato de que, para serem elegíveis ao CORSIA, os programas precisam receber aprovação do Conselho da ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional). Até o momento, apenas dois programas obtiveram essa aprovação. Além disso, os países hospedeiros, onde as EEUs são geradas, devem autorizar a liberação das unidades do registro nacional através de um “ajuste correspondente” nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), submetidas ao Acordo de Paris da UNFCCC. Esse ajuste correspondente evita a dupla contagem das reduções de emissões entre as companhias aéreas e os países hospedeiros.
A demora na realização dos ajustes correspondentes pelos países hospedeiros coloca em risco a capacidade das companhias aéreas de cumprir o CORSIA e de enfrentar as emissões de CO2 provenientes da aviação internacional.