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Volume de voos em aeronaves compartilhadas aumenta 33% em abril

O crescimento da demanda por aviões de negócios passou a gerar dificuldades para interessados em adquirir a primeira aeronave, com filas que podem durar até 2025. A pandemia levou diversos empresários e corporações a buscarem na aviação executiva uma saída para as restrições sanitárias e a manutenção da conectividade aérea.

Um dos segmentos que mais cresceu foi de voos sob demanda em aeronaves compartilhadas. O modelo de negócios tem sido mais procurado no Brasil, oferecendo a oportunidade de ingressar no curto prazo na aviação executiva, com custos menores.

De acordo com a Solojet Shares, empresa especializada em propriedade compartilhada, apenas nas primeiras semanas de abril, a demanda por voos dos cotistas cresceu 33%. Entre os destinos mais procurados estão Brasília, Rio de Janeiro, Goiânia, Cuiabá, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Buenos Aires e outros. A empresa ressalta que a alta tem sido constante desde janeiro, quando foram registrados 16% mais voos do que em dezembro, seguido de alta de 22% em fevereiro e de 31% em março.

“O número de cotistas aumentou, mas também a movimentação é decorrente do fim das restrições provocadas pela pandemia”, disse Marcelo Orsolini, gerente comercial da Solojet Shares.

O momento de alta levou a Avantto, também especializada em compartilhamento de aeronaves, a inaugurar uma nova base no aeroporto de Congonhas, usando a infraestrutura da Voar Aviation.

A intenção é facilitar o acesso dos cotistas das aeronaves, que passam a contar com opção de chegada e saída no principal aeroporto paulistano.

Já a Amaro Aviation anunciou em março um acordo para compra de até doze aviões da Pilatus, em um investimento de aproximadamente R$ 500 milhões, que inclui os jatos leves PC-24 e o monoturbo-hélice PC-12 NGX. Os aviões serão destinados ao programa de propriedade compartilhada da Amaro Aviation, onde o avião é oferecido até a oito cotistas.

Para quem ainda não conhece o programa de compartilhamento, um avião pode ser dividido, em cotas, para vários proprietários, em uma sociedade simples. A gestão é realizada por uma empresa especializada, que coordena a agenda de voos, contrata pilotos, fica responsável pela manutenção da frota, entre outros.

O cotista apenas paga individualmente o custo operacional do voo que realizar, reduzindo assim não apenas o investimento inicial, mas o custo fixo mensal.

Um avião, como o Hawker 400, da Solojet Shares, que transporta até oito passageiros, as cotas têm valor inicial a partir de US$ 450 mil.

No mercado existe opções para uma vasta gama de modelos de aeronaves de asa fixa ou rotativa. A Avantto, por exemplo, possui uma série de helicópteros no portifólio, do Robinson R44 ao Leonardo AW109 Power.

Aquecimento também no mercado de usados

O crescimento da aviação executiva em todo o mundo gerou uma forte demanda inclusive entre usados. Segundo dados do relatório da Asset Insight AI2 Marketing, a frota global disponível para venda no dia 31 de março representava apenas 3,1% do total de aeronaves ativas.

Como esperado, baseado na lei da oferta e demanda, o preço de aeronaves usadas teve alta de 14% no primeiro trimestre de 2022, quando comparado ao mesmo período do ano passado.

Fonte: Aero Magazine 27/04/2022

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