A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) participou nesta quarta-feira (4) de uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a retomada das operações aéreas no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, reaberto em outubro, além de destacar as medidas coordenadas pelo setor desde o fechamento do terminal, em 3 de maio, em decorrência das enchentes. A audiência foi promovida pela Comissão Externa sobre Danos Causados pelas Enchentes no Rio Grande Do Sul e contou também com a participação de representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), Fraport, companhias aéreas, entre outros.
“Estamos aqui para debater e ver como podemos, como parlamentares, contribuir com o setor na retomada plena do Salgado Filho”, disse o deputado Marcel Van Hattem (NOVO-RS), que presidiu a audiência. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, que acompanhou a abertura da sessão, lembrou a importância do terminal para a retomada econômica. “O Salgado Filho não é só importante para a capital, mas para todo o Rio Grande do Sul. Já recuperamos parte da nossa economia hoteleira, da gastronomia e da cultura estadual. A retomada plena do aeroporto é muito importante para todos os gaúchos”, pontuou.
O diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR, Raul de Souza, destacou a união do setor desde o fechamento do terminal até a sua reabertura em outubro. “Sem o empenho dos aqui presentes seria impossível as empresas aéreas operarem temporariamente em Canoas e terem voltado a operar em Porto Alegre”, disse. “Entendemos que somos uma só nação e não medimos esforços para ajudar o Rio Grande do Sul. As empresas aéreas transportaram cerca de cinco mil toneladas de doações para o estado”, completou.
Segundo o vice-presidente de Operações da Fraport, Edgard Nogueira, o planejamento das obras finais do aeroporto estão dentro do cronograma. “Estamos empenhados para a abertura total da pista no dia 16 de dezembro. Poderemos, a partir dessa data, receber as operações internacionais. Teremos o primeiro voo internacional já no dia 19 deste mês”, afirmou, acrescentando que a expectativa da concessionária é de que sejam realizados no aeroporto uma média de 140 movimentos (decolagens e pousos) por dia a partir de 2025.
A diretora de Planejamento e Relações Institucionais da SAC, Júlia Lopes, também ressaltou a sinergia do setor e relembrou a atuação das entidades desde maio. “Logo nos primeiros dias de fechamento tivemos uma malha emergencial criada para atender a população, dando conta de novos voos em aeroportos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. E tivemos a ativação da Base Aérea de Canoas para voos comerciais, que foi algo inédito e feito em tempo recorde”, recordou.
Para o superintendente de infraestrutura aeroportuária da ANAC, Giovano Palma, o cenário das enchentes trouxe uma série de reflexões para o setor a nível global. “Só neste ano tivemos enchentes que fecharam aeroportos em Dubai, em Barcelona e em Porto Alegre. O que aprendemos? Que os desastres são globais e que é preciso agir. Os aeródromos precisam avaliar suas infraestruturas e protocolos em caso de outros eventos como esse de Porto Alegre”, afirmou.
Também participaram da audiência representantes da Infraero, do Comando da Aeronáutica, da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul, da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (AMCHAM) e da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS).