Em breve os aviões poderão ser abastecidos com combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) produzido a partir do milho. No final dia 29 de fevereiro foi emitida a certificação ISCC Corsia à FS Fueling Sustainability para seu novo biocombustível.
O maior destaque desta certificação mundial SAF é na atribuição de baixo risco de Mudança Indireta no Uso da Terra (Low LUC Risk) para a produção de biocombustíveis. Um dos temores de diversos especialistas e ativistas é a mudança no uso da terra da produção de alimentos para produção e combustíveis. Ou, ampliação das áreas de cultivo para regiões de vegetação nativa, ampliando assim o desmatamento.
A certificação foi considerada pioneira, pois, o uso do milho de segunda safra como matéria-prima poderá eliminar as emissões relacionadas ao impacto indireto do uso da terra, uma vez que é cultivado na mesma área da soja, em um mesmo ciclo agrícola.
Por esse método de segunda safra a matéria-prima usada para biocombustível não desloca a produção de alimentos, reduzindo desmatamento ou emissões pela conversão de terras em agricultura.
Produzindo pouco mais de 2 bilhões de litros por ano, a FS Fueling Sustainability é a terceira maior produtora de etanol do país. Já a líder do setor, a Raízen, usa a cana-de-açúcar como matéria-prima, contundo sua certificação não inclui o atestado relacionado ao uso da terra.
No Brasil é comum o uso de cana-de-açúcar para a produção de etanol, que posteriormente é transformado no combustível sustentável de aviação.
“Com isso, a gente conseguiu obter uma nota de carbono mais favorável que outros grupos. [somos] a primeira do mundo do etanol com esse tipo de atributo”, afirmou Rafael Abud, CEO da FS, que também espera se beneficiar no mercado da inédita certificação.