Iata divulga números sobre o transporte aéreo mundial de cargas em novembro
O tráfego aéreo mundial de cargas ficou estável em novembro, em comparação com o mesmo mês de 2017, informou a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). A entidade reúne as 290 maiores companhias de aviação do mundo. Essa taxa foi a menor registrada desde março de 2016, após 31 meses consecutivos de aumentos. Em outubro, a demanda havia apresentado um crescimento de 3,2%.
A capacidade de carga oferecida pelas companhias aéreas, por sua vez, cresceu 4,3% em novembro, em comparação ao mesmo intervalo do ano passado. Este foi o nono mês consecutivo em que o aumento de capacidade superou a demanda.
De acordo com a Iata, o comércio eletrônico internacional em expansão vinha suportando o crescimento do transporte aéreo de cargas. Mas esse fator foi anulado por um enfraquecimento na atividade econômica global, por uma contração nos pedidos de exportação nos principais países exportadores, excluindo os EUA e pela redução na confiança dos consumidores. Outro motivo citado foi o maior tempo de entrega de fornecedores na Ásia e na Europa.
“Normalmente, o quarto trimestre é de alta temporada para carga aérea. Um desempenho estável em novembro é uma grande decepção para o setor”, afirmou em nota Alexandre de Juniac, presidente da Iata.
O executivo acrescentou que a Iata projeta para 2019 um crescimento no transporte de cargas de 3,7%, mas os riscos de redução nesse índice aumentaram. “Precisamos que os governos se concentrem em viabilizar o crescimento do comércio, não barrando suas fronteiras por meio de tarifas punitivas”, afirmou Juniac.
Desempenho regional
Entre as regiões, a África apresentou a maior queda no tráfego de cargas, de 7,8% em novembro em comparação ao mesmo mês de 2017. A capacidade ofertada pelas aéreas na região caiu 7,4% no mês.
Na região Ásia Pacífico, a demanda de carga aérea teve retração de 2,3%, enquanto a oferta avançou 3,1%. Na Europa, houve redução de 0,2% na demanda e aumento de 3,1% na oferta.
A América do Norte apresentou o maior índice de aumento no tráfego de cargas em novembro, de 3,1%. Na região, a capacidade ofertada pelas aéreas cresceu 6,3% em novembro.
Na América Latina, também houve incremento de 3,1% no tráfego de cargas, com crescimento de 2% na capacidade ofertada. De acordo com a Iata, embora tenha havido crescimento na região como um todo, mercados chaves, como o Brasil, ainda dão sinais de fraqueza na demanda aérea.
No Oriente Médio, o tráfego de cargas avançou 1,7%, enquanto a oferta na região cresceu 7,8%.
Fonte: Valor 08/01/2019