Black Friday deve aumentar o transporte aéreo de mercadorias
A Black Friday, que se consolidou como uma data importante no comércio brasileiro, deverá ser responsável por uma alta no transporte aéreo logístico no Brasil. Além do crescimento gerado pelas promoções, especialmente no comércio online, a falta de infraestrutura e o risco do transporte terrestre tem levado diversos comerciantes a optar pelo uso de empresas de logistica integradas ao transporte aéreo.
A empresa de logistica Jadlog prevê um volume recorde de entrega de mercadorias nesta Black Friday. O volume de encomendas entregues pela empresa já cresceu, com a antecipação das compras, dentro do movimento chamado de Black Week, com previsão de alcançar 140 mil entregas por dia na próxima semana, ou seja, quase 80% acima do evento de 2017. Uma semana antes da semana da Black Friday, na terça feira (13/11), o volume diário da empresa entregas alcançou 101 mil, valor bem acima das 79 mil entregas realizadas no dia D da Black Friday de 2017. O uso de aeronaves como meio prioritário de transporte também tem crescido no Brasil, especialmente por causa do número de roubos nas estradas brasileiras. A demanda por entregas no menor prazo também tem favorecido o uso de aviões nas entregas do varejo.
O índice de avaliação de risco das seguradoras atribuído ao Brasil chega a 3,7 (muito alto), o que equipara alguns trechos das vias terrestres brasileiras a estradas da Somália, país que não conta com governo formal e está em conflito armado desde meados da década de 1980. Paralelamente, com a crise de segurança pública – que levou à intervenção militar no Rio de Janeiro –, encomendas mais valiosas passaram a ser transportadas por via aérea. Especialistas explicam que o crime organizado identificou no roubo de carga uma oportunidade de obter boa receita com consequências penais mais brandas.
Os dados mais recentes mostram que a evolução no transporte aéreo doméstico de carga melhorou significativamente no último ano. O mês de dezembro de 2017 teve o melhor resultado nos últimos cinco anos, com 35.702 toneladas de cargas transportada, ante 34.125 toneladas em 2014, ano pré-crise.
Outro fator que tem impulsionado o transporte aéreo é a ampliação do alcance do e-commerce no Brasil. De acordo com a FedEx, 89% dos pequenos e médios empresários brasileiros (PME) que possuem vendas para o exterior, fazem-no pela internet, inclusive utilizando plataformas móveis.
De acordo com o estudo “Mercado Global na Economia Digital: Oportunidades para Pequenos Negócios” conduzido pela Harris Interactive, ao contrário de países desenvolvidos ou dentro do universo dos BRICS, o Brasil apresenta maior aceitação às inovações tecnológicas como plataforma de vendas. Quase 75% dos empresários acreditam que a internet das coisas (IoT), as impressões 3D e a realidade virtual devem ampliar as exportações nos próximos anos, enquanto a média global é de 53%. Segundo esse levantamento, os produtos manufaturados lideram a lista de embarques internacionais com 13%, seguidos por sistemas ligados a tecnologia de informação e telecomunicações com 12% e bens de consumo, que atingiu 11%. Atualmente, a América do Sul representa o maior mercado para os produtos brasileiros, com a Argentina recebendo 54% do total exportado por via aérea, seguida por Chile (37%) e Uruguai (36%). Os Estados Unidos permanecem estáveis com 34% dos embarques fora da América do Sul, enquanto Portugal e Alemanha representam 31% e 26% das PME, respectivamente.
Fonte: AeroMagazine 21/11/2018