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Compartilhar jatinhos foi saída para empresários na crise

“Usuários de aviação executiva que nunca tinham olhado para a possibilidade de propriedade compartilhada começaram a enxergar no modelo uma maneira inteligente e interessante de voar”, afirmou Rogério Andrade, CEO da Avantto, em entrevista ao Podcast Rio Bravo.

O mercado de aviação comercial sofreu os impactos da crise e as empresas de compartilhamento de aeronaves não passaram incólumes. Mas ao mesmo tempo em que houve diminuição de voos, também aconteceu uma mudança de postura dos empresários que antes tinham sua própria aeronave e a usavam poucas vezes.

A crise abriu uma oportunidade muito interessante: a sensibilização de pessoas que já tinham aviões e helicópteros, e que na maioria das vezes eram subutilizados. Não fazia mais sentido o empresário manter o avião ou helicóptero parado em um hangar a maior parte do tempo, enquanto vendia austeridade e cortava custos das suas empresas, demitindo pessoas. No mínimo não pegava bem.  Então esses usuários de aviação executiva que nunca tinham olhado para a possibilidade de propriedade compartilhada começaram a enxergar no modelo de negócio uma maneira inteligente e interessante de se voar”, afirmou Rogério Andrade, CEO da Avantto, empresa de administração de aeronaves, em entrevista ao Podcast Rio Bravo.

Confira abaixo trexo da entrevista:

Quando você concedeu entrevista ao Podcast em outubro de 2013, a realidade do país era outra e a fotografia da economia brasileira nem de longe se comparava com o que a gente vê hoje em dia. De lá para cá, muita coisa mudou. Como a Avantto absorveu essas mudanças nos últimos anos?

É interessante começar falando sobre esse assunto, porque, de fato, houve necessidade de fazer um ajuste, especialmente no que se refere a atividades comerciais e até a própria preparação da estrutura da Avantto para atender o que é hoje em dia o nosso novo perfil dominante de clientes. Qual é a principal diferença? Quando a gente começou e durante os primeiros anos de vida da empresa, o cliente típico da Avantto era aquele novo usuário de aviação executiva. Era alguém que pela primeira vez na vida estava se dando ao luxo de multiplicar o seu tempo usando aviões e helicópteros para se locomover de um lugar ao outro. E obviamente que com o contexto econômico que se colocou no Brasil, especialmente a partir de 2014, o que a gente viu foi um ajuste de despesas de absolutamente todos os estratos da sociedade e das corporações. Portanto, todas essas camadas começaram a olhar de uma forma mais racional para onde o dinheiro era gasto.

Então esse cliente tradicional começou a vir com menos velocidade do que ele vinha antes. Só que, por outro lado, abriu-se uma oportunidade muito interessante, que foi a sensibilização de pessoas que já tinham suas máquinas, aviões e helicópteros, que na maioria das vezes eram subutilizadas, e que, especialmente no momento que a gente está vivendo, não fazia mais sentido você manter o avião ou helicóptero parado num hangar, a maior parte do tempo, quando esses mesmos empresários ou essas pessoas físicas estavam vendendo austeridade, estavam cortando custos das suas empresas, demitindo pessoas e aí no mínimo não pegava bem uma situação dessa. E aí esse estrato dos usuários de aviação executiva que nunca tinha olhado para essa possibilidade de propriedade compartilhada, mais por uma questão cultural, por já estar acostumado a ter a própria máquina, começou a enxergar no modelo de negócio da Avantto uma maneira muito inteligente e interessante de se voar. De fato, na hora que você para os principais predicados da companhia, alguém que toma uma decisão mais racional do que emocional jamais teria a própria máquina.

 

 

 

Fonte: InfoMoney 26/09/2017

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