Embraer prevê demanda de 6,4 mil jatos em 20 anos
A Embraer apresentou nesta terça-feira (20), na 52ª edição da Paris Air Show, a maior feira de aviação do mundo que acontece esta semana na França, a perspectiva atualizada de mercado, com uma previsão de demanda para 6,4 mil jatos comerciais no segmento de 70 a 130 assentos ao longo dos próximos 20 anos.
Essa demanda potencial representa compras que devem chegar ao valor aproximado de US$ 300 bilhões, até 2036.
Nas projeções da Embraer, as companhias aéreas vão precisar de 2.280 unidades no segmento de 70 a 90 assentos e mais 4.120 unidades no segmento de 90 a 130 assentos.
Segundo a Embraer, a frota mundial de jatos em serviço no segmento de 70 a 130 assentos aumentará dos atuais 2.700 aviões em operação para 6.710 ao fim de 2036.
O crescimento do mercado será responsável por 63% da demanda, enquanto a substituição de aeronaves antigas corresponderá aos 37% restantes.
“Embora as perspectivas variem consideravelmente em cada região, os fatores que sustentam a demanda de mercado por jatos no segmento de 70 a 130 assentos permanecem intactos, seja alimentando complexas redes nos principais aeroportos, seja explorando novos mercados e complementando as operações de narrow-bodies [aviões de fuselagem estreita]”, afirma a Embraer em nota divulgada hoje.
Ontem, as ações da Embraer encerraram com alta de 4,6%, a R$ 16,13, na B3 e ficou entre os destaques dos papéis que fazem parte do Ibovespa.
Jatos comerciais
Nesta terça, a fabricante brasileira anunciou pedidos firmes e compromissos de “clientes não divulgados” para a família de jatos E2, a sua nova geração de aviões comerciais. A venda consiste em dez jatos E195-E2, com dez direitos de compra adicionais para o E190-E2.
O pedido firme, que tem valor de US$ 666 milhões, com base nos atuais preços de lista, será incluído na carteira de pedidos da Embraer do segundo trimestre de 2017.
A Embraer também assinou um compromisso com outro “cliente não divulgado” para a compra de 20 jatos E190-E2. O contrato, no entanto, está sujeito à documentação final pelo cliente.
O valor desse pedido é de US$ 1,182 bilhão.
Com os dois anúncios, os jatos E-Jets E2 acumulam 285 pedidos firmes, além de 445 opções, direitos de compra e cartas de intenção, totalizando 730 compromissos de companhias aéreas e empresas de leasing.
Bielorrússia
A Embraer anunciou hoje a venda de dois aviões para a companhia aérea nacional da Bielorrússia Belavia, com dois pedidos firmes para um modelo E175 e um E195, em um negócio de US$ 99,1 milhões.
As aeronaves, da atual geração de jatos comerciais da Embraer, serão entregues em 2018.
Essas aeronaves vão se juntar aos quatro jatos da Embraer já operados pela Belavia — dois E195 e dois E175. A aquisição é parte da iniciativa de renovação de frota da Belavia.
A Belavia Airlines, maior companhia aérea da República da Bielorrússia, tem sede no Minsk International Airport e opera voos regulares para 49 aeroportos em 28 países da Europa e da Ásia. A frota da empresa soma 26 aeronaves, sendo cinco Boeing 737-800, seis Boeing 737-500, dois E175, dois E195 e quatro CRJ-100/200.
Japão
Um acordo com a companhia aérea japonesa Fuji Dream Airlines (FDA) para um pedido firme de três jatos E175, com direitos de compra para mais três aeronaves do mesmo modelo, também foi assinado pela Embraer.
O potencial do pedido chega a um valor estimado de US$ 274 milhões, com base nos preços de lista de 2017, caso todos os direitos de compra sejam exercidos. A fabricante brasileira de aeronaves informou que o pedido firme será incluído na carteira de pedidos da Embraer do segundo trimestre de 2017.
A companhia aérea japonesa estendeu para até oito anos o acordo para o programa Flight Hour (Pool) da Embraer. O programa cobre substituições programadas e gestão de manutenção de mais de 300 partes importantes da aeronave.
Em 2016, a FDA alcançou um índice de confiabilidade de 99,87% em um período de 12 meses – uma das taxas mais altas do mundo entre todas as companhias aéreas operadoras de E170 e E175.
A FDA atualmente opera 11 aeronaves, sendo três E170 e oito E175.
Também foi anunciada a assinatura de um acordo com a Japan Airlines para um pedido firme adicional para um avião comercial E190 adicional.
O pedido firme, que tem um valor de US$ 50,6 milhões com base nos preços de lista de 2017, será incluído na carteira de pedidos da Embraer do segundo trimestre de 2017.
A subsidiária da Japan Airlines, J-AIR, fez o primeiro voo comercial com a aeronave em maio de 2016. A empresa opera atualmente sete jatos E190 e mais 17 unidades do modelo E170 – 24 E-Jets no total. A companhia tem ainda em carteira oito pedidos a serem entregues.
Os jatos E190 da J-Air atualmente voam para sete rotas no Japão, incluindo o serviço para Niigata de Osaka (Itami) e Sapporo, que começou em 8 de junho, e o crescimento da rede continuará a incluir cidades como Tóquio (Haneda).
Holanda
Dois jatos E190 adicionais para a KLM Cityhopper, subsidiária regional da holandesa KLM, foram vendidos, segundo a Embraer.
As aeronaves serão inclusas na carteira de pedidos da companhia do segundo trimestre de 2017 e têm preço de lista de US$ 101 milhões. As entregas das aeronaves estão previstas para 2018.
As novas aeronaves vão compor a frota de 30 aviões E190 e mais nove E175 já operando com a KLM Cityhopper.
A KLM iniciou o processo de substituição da frota de aeronaves Fokker pelos E-Jets na KLM Cityhopper em 2008, com o objetivo de ampliar a atual malha aérea e permitir o desenvolvimento de novas rotas.
Quando essa transição estiver concluída, em 2018, a companhia aérea regional holandesa terá 49 E-Jets, a maior frota dessa família na Europa – sendo 32 unidades do modelo E190 e mais 17 dos E175.
A KLM Cityhopper é a maior operadora regional da Europa, realizando mais de 105 mil voos a partir do Aeroporto de Amsterdã, Schiphol, para 67 destinos europeus.
Fonte: Valor Econômico 20/06/2017