Petróleo em baixa leva aéreas a abandonar hedge de combustível
Matéria publicada nesta terça-feira (22) no The Wall Street Journal, fala que depois de décadas investindo bilhões de dólares em contratos de hedge para se proteger contra os custos crescentes dos combustíveis, as companhias aéreas, inclusive algumas das maiores do mundo, estão cada vez mais reduzindo essas operações, que deram a elas grandes prejuízos com a queda dos preços do petróleo.
Segundo a reportagem, quando os preços do petróleo estavam subindo, as operações de hedge eram geralmente vantajosas para as empresas aéreas, ajudando-as a reduzir sua exposição a altas nos combustíveis. Mas a velocidade da queda nos preços do petróleo, que despencaram 58% desde meados de 2014, pegou o setor de surpresa e transformou alguns contratos de hedge em grandes perdedores de dinheiro.
No ano passado, a Delta Air Lines Inc., a segunda maior companhia aérea americana por tráfego, registrou perdas de US$ 2,3 bilhões com operações de hedge, enquanto a United Continental Holdings Inc., a terceira do ranking, perdeu US$ 960 milhões em suas apostas.
Já a maior empresa aérea dos Estados Unidos, a American Airlines Group Inc., que abandonou as operações de hedge em 2014, beneficiou-se de pagar mais barato por combustíveis que muitas de suas rivais. “O hedge é uma operação manipulada que enriquece Wall Street”, disse Scott Kirby, diretor-superintendente da empresa, numa entrevista ao The Wall Street Journal.
Agora, grande parte do setor está repensando a cara estratégia de usar derivativos complexos para fixar os gastos com combustíveis, o segundo maior custo das empresas aéreas, depois da mão de obra.
Fonte: Jornal do Brasil (23/03/2016)