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Demanda doméstica aérea de passageiros recua quase 6% em outubro

O transporte aéreo de passageiros no mercado brasileiro registrou em outubro o terceiro mês seguido de retração, ao recuar 5,74% em termos de passageiros-quilômetros transportados (RPK, na sigla em Inglês) na comparação com igual mês de 2014, informou nesta quinta-feira a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa TAM, Gol, Azul e Avianca.

Na mesma base de comparação, a oferta medida em assentos-quilômetros transportados (ASK) teve retração de 3,87%.

Como a demanda caiu mais que a racionalização da capacidade, a taxa de ocupação nas aeronaves (“load factor”) piorou 1,57 ponto percentual, ficando em 79,3% em outubro.

O setor aéreo já havia recuado em demanda 0,6% e 0,8%, respectivamente, nos meses de agosto e setembro, após ter atravessado 22 meses consecutivos de expansão.

No mercado internacional, as aéreas brasileiras registraram crescimento de 15,5% na demanda e de 18,2% na oferta, com taxa de ocupação de 83,1% — queda de 1,9 ponto percentual ante outubro de 2014.

Estagnada ou retração

A demanda pelo transporte aéreo de passageiros no mercado doméstico ainda acumula variação positiva neste ano, mas a tendência é de fechar a temporada com estagnação ante 2014 ou mesmo retração, aponta a Abear.

Nos dez primeiros meses de 2015, a demanda cresce 2,4%. Mas a maior parte desse avanço aconteceu no primeiro trimestre do ano em razão de vendas feitas ainda em 2014, quando o ambiente de consumo ainda não estava tão degradado, disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.

“A tendência é de encolhimento, como já tem sido indicado pelos anúncios de redução de oferta, corte de frequências e até supressão de destinos”, afirmou.

Segundo Sanovicz, a sequência de três retrações consecutivas na demanda eliminou quase dois pontos percentuais do crescimento acumulado que se registrava até agosto, confirmando a deterioração do cenário. 

O fator de aproveitamento tem leve melhora de 0,5 ponto percentual, situando-se em 80,15%. 

Até outubro, somam 79,1 milhões os passageiros transportados nos voos domésticos, cifra 1,6% superior em relação ao mesmo período de 2014.

“Enquanto foi possível estimular a demanda oferecendo tarifas vantajosas, mesmo com custos em alta, isso foi feito. Agora, apesar das tarifas achatadas, o crescimento já não ocorre”, afirma o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. Para ele, o cenário negativo está durando mais que o imaginado. “A redução da atividade econômica, a queda do poder de consumo e o avanço do desemprego têm sido consistentes e impedem a recomposição dos preços mantendo o tamanho do mercado”, detalha.

O presidente da Abear disse que as empresas estão concluindo estratégias que estavam em curso em relação às frotas. “Sem atitudes que corrijam as distorções dos custos de operação no Brasil, essa tendência não deve se alterar”, disse.

TAM, Gol e Avianca já anunciaram planos de cortar oferta em 2016 e protelar o recebimento de novas aeronaves ano que vem.

Em setembro, TAM deteve 37,4% de participação de mercado em demanda, Gol ficou com 35,1%, Azul com 17,2% e Avianca com 10,3%.

O mercado doméstico de cargas, mais sensível às variações da atividade econômica nacional do que o negócio de passageiros, teve retração de 14,9% do peso total movimentado, somando 29,8 mil toneladas em outubro. 

Fonte e Imagem: Valor Econômico (26/11/2015)

 

 

 

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