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Crise financeira faz Infraero reduzir quadro de funcionários

Diante das dificuldades financeiras crescentes da empresa e consciente de que não pode mais contar com aportes do Tesouro – em crise muito mais aguda –, a diretoria da Infraero articula um programa para contornar seus problemas. O primeiro passo é reduzir o quadro de pessoal, adaptando-o à nova realidade. Para isso, a Infraero vai lançar um plano de demissão voluntária para dispensar 2,5 mil funcionários.

Mais enxuta, a empresa poderá dedicar-se a melhorias de aeroportos que continuarão sob sua administração, de modo a torná-los mais eficientes, buscando, ao mesmo tempo, elevar a geração de caixa. Para isso, uma das ideias em estudo é introduzir nesses aeroportos – alguns deles de grande circulação de passageiros, como Congonhas e Santos Dumont, além de outros sete – de um sistema de check-in compartilhado. A Infraero pretende fazer uma licitação para selecionar uma empresa de tecnologia para administrar esses espaços, hoje a cargo de cada companhia separadamente.

A crise era previsível. Com a concessão de grandes aeroportos, a Infraero, que manteve participação de 49% nas novas concessionárias, acabou ficando em situação financeira crítica. Como sócia, teve que arcar com sua parte nos investimentos para a ampliação e modernização dos terminais. Os seus dispêndios cresceram e suas receitas caíram, uma vez que, só a mais longo prazo, as concessionárias começarão a auferir lucros.

Ficou uma lição que se espera que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) leve em conta nas próximas leilões programados dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre.

Mas a ideia da Infraero pode enfrentar resistências. A Associação das Empresas Aéreas critica iniciativas que possam resultar em aumento de custos para as companhias, que também passam por dificuldades. Embora também ressalte esse ponto, Carlos Ebner, diretor da Associação Internacional de Transporte Aéreo, admite que o sistema compartilhado pode dar mais eficiência à infraestrutura aeroportuária, já que os balcões de check-in ficam ociosos em algumas empresas nos períodos em que não há voos.

Evidentemente, é preciso levar em consideração o conforto e os direitos dos passageiros. Trata-se não só de comprovar, em testes, que o sistema será capaz de eliminar grande filas diante dos balcões, como de explicitar quem será responsável pela qualidade dos serviços.

Fonte: Estadão (25/10/2015)

 

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