Indústria

Especialistas dizem como evitar fraudes na aviação

Assunto corriqueiro, mas que dificilmente ficará para trás em algum momento da aviação. O segmento é o alvo líder quando se fala em fraude, representando 46% de todas que acontecem no globo, revelou ontem (13) o gerente de Economia e Meio Ambiente da Associação Latino-Americana de Transporte Aéreo (Alta), Juan Sarmiento, durante workshop da Sita sobre segurança cibernética realizado em São Paulo.

O Brasil não apenas não se salva, como é um dos piores do mundo nesse assunto: é o quarto país do globo que mais sofre fraudes de tipo phishing, conta Sarmiento. “É quando alguém envia um e-mail ou até site falso para o alvo dizendo ser uma empresa que não é e solicitando dados e informações pessoais, como senhas e documentos de identidade… É um modo de literalmente ‘pescar’ a vítima”, explica o executivo. É também o meio mais utilizado de fraude no planeta: corresponde a 48% delas, bem à frente do vírus cavalo de troia, responsável por 25%,

Outro método de fraude praticado contra as companhias aéreas é o uso de cartões de créditos clonados na compra de uma passagem. Após adquiri-la, o hacker a revende por canais alternativos, como Whatsapp ou até na deep web, a um valor muito abaixo ao consumidor final, que na maioria das vezes acredita estar adquirindo um ticket autêntico.

“O que acontece é que o dinheiro nunca chega a cair na conta da companhia. A maior parte das fraudes deste tipo acontecem poucos dias antes, ou até mesmo na véspera do voo, para que o verdadeiro portador do cartão de crédito não perceba a compra e a cancele antes do trajeto acontecer. Quando a empresa aérea notar que o dinheiro não veio, o passageiro com a passagem fraudada já terá chegado ao destino”, descreve o gerente de Relacionamento da Iata com a Indústria no Brasil, Jefferson Simões, também presente no evento da Sita.

DESPESA PARA AS AÉREAS

Fraudes continuam a representar largas quantias de perda nas receitas das aéreas. Na América Latina, 1% de todo faturamento é perdido com fraudes, em média; no Brasil, isso chega a 1,4%

Um dos fatores que faz a perda ser significativa é a média dos preços das passagens fraudadas: US$ 1,9 mil, na América Latina; em comparação, um bilhete legítimo sai a US$ 606 no continente, menos de um terço daquele valor.

“Isso acontece exatamente porque elas são adquiridas pouco tempo antes da data do voo, quando elas estão com o preço lá no alto. Já vi casos de um ticket de R$ 18 mil de classe executiva, para ida e volta do Brasil à Europa, ser vendido por R$ 7 mil por um fraudador no dia anterior ao voo”, conta Jefferson Simões.

Segundo o executivo da Iata, as fraudes por compras com cartão clonado geram despesas anuais de aproximadamente US$ 890 milhões. A expectativa de 2018 é que chegue em US$ 1 bilhão.

COMO EVITAR

Para Jefferson Simões, é fácil evitar cair em alguma fraude, seja agente de viagens o cliente final, quando vai comprar algum pacote ou passagem aérea. Para começar, a dica do executivo é reservar diretamente com uma companhia aérea ou hotel, ou através de uma agência ou operadora turística de renome – mas sempre faça uma pesquisa para garantir que ela é legítima; se não for, outras pessoas podem ter publicado suas experiências alertando as pessoas.

Preste atenção também a pequenas alterações no domínio do site da empresa: pequenas alterações, como trocar .com.br por apenas .br, podem direcioná-lo para uma página completamente diferente, inclusive de alguém tentando fraudar uma reserva.

No procedimento de compra, confira se o protocolo de comunicação é seguro (cheque o https no domínio do site). Vale dar uma olhada também nas famosas pequenas letrinhas dos termos e condições da reserva – certifique-se de que existe uma política de reembolso e de privacidade

“Por fim, use seu instinto. Se algo parecer bom demais para ser verdade, como passagens por metade do preço, possivelmente não é real, e você está prestes a cair em alguma fraude”, finaliza o diretor de Relacionamento da Iata no Brasil.

Fonte: Panrotas 14/08/2018

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