Infraestrutura

Concessionária traça planos para internacionalizar Aeroporto dos Amarais

Projeto prevê criação do primeiro terminal internacional do Brasil exclusivamente voltado à aviação executiva.

O consórcio que administra o Aeroporto Campo dos Amarais, em Campinas (SP), traça planos para internacionalizar o terminal, transformando-o no primeiro do Brasil voltado exclusivamente à aviação executiva a operar voos internacionais. Othon Ribeiro, presidente do Voa São Paulo, prevê uma operação de longo prazo, entre 1,8 ano e 2,6 anos para que o projeto decole.

“Existe uma grande demanda, é um mercado que tem essa necessidade. Atualmente as aeronaves precisam ir para Guarulhos. O proprietário, no entanto, passa por todos os procedimentos de alfândega junto com os passageiros de voos comerciais, e perde tempo para embarcar. Se nós tivermos um aeroporto internacional só para voos executivos, temos condições de fazer todo o processo de embarque em 25 minutos. E isso faz uma diferença tremenda”, opina Ribeiro.

A Voa São Paulo venceu em 2017 o leilão para administrar por 30 anos o Aeroporto Campo dos Amarais e estruturas das cidades de Bragança Paulista (SP), Jundiaí (SP), Itanhaém (SP) e Ubatuba (SP). O investimento previsto era de R$ 93 milhões. Era.

Com os planos de investir pesado no Campo dos Amarais e explorar esse potencial para a aviação executiva internacional, o grupo recalcula o aporte. “Ainda não está definido o valor, mas será muito maior que o previsto”, diz o dirigente.

Para buscar a internacionalização do terminal, o consórcio terá de atuar em três frentes: infraestrutura, técnica e política.

“Já iniciamos os projetos e as três fases devem ocorrer simultaneamente. Precisamos melhorar a infraestrutura, com aumento da pista, maior distância de obstáculos, mais hangares, um novo pátio. Também há investimento na navegação, delimitação do espaço aéreo, equipamentos de aproximação por precisão. E a mais complicada, que é a negociação com a Polícia Federal, Anvisa. Órgãos que precisariam atuar para criar uma alfândega”, explica Othon.

Entre os planos de investimentos e obras, está a construção de um pátio geral maior, uma vez que aeronaves de aviação executiva internacional possuem uma envergadura maior. Isso também inclui uma nova taxiway (faixa para o avião taxiar), mais larga, além de um novo terminal e oito hangares.

“Essas mudanças trarão aeronaves de alta performance para nosso aeroporto. São pelo menos 90 aeronaves em toda a região, no estado de São Paulo, que podem utilizar o Amarais. Podemos receber aviões de toda a América do Sul”, destaca o presidente.

O maior investimento tem como objetivo uma fatia do mercado de gera muitos recursos. “É um tipo de público que consome mais combustível, paga mais tarifa, traz toda a indústria de manutenção ao redor. Muda completamente a cara do aeroporto”, completa.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ainda não há no Brasil um aeroporto internacional voltado exclusivamente à aviação executiva. Para tal, o Campo dos Amarais teria de fazer uma alteração cadastral junto ao órgão governamental.

“Primeiramente, o operador aeroportuário deve protocolar solicitação junto à Anac para início do processo e deverá cumprir uma série de requisitos de infraestrutura e operacionais que passarão por avaliação e inspeção da agência”, diz a nota.

Fonte: G1 27/03/2018

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