Indústria

Aéreas brasileiras defendem isenção de visto para turista estrangeiro

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa as companhias Gol, Latam, Azul e Avianca, prevê que a isenção do visto para viajantes estrangeiros de cinco nacionalidades — Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e China, como proposta pelo ministro do Turismo, Marx Beltrão —, pode aumentar o fluxo de visitantes no país no curto prazo.

“Os resultados aparecem no curto prazo, em dias, já nas férias de fim de ano, no inverno do Hemisfério Norte, a gente já sentiria efeitos positivos”, disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.

Segundo ele, essa medida vai aumentar a vinda não apenas dos visitantes de lazer, mas também de profissionais e turistas corporativos. “Essa política de visto é um forte inibidor de viagens não só de turistas de lazer, mas também de palestrantes ou homens de negócios”, disse Sanovicz.

No ano passado, o Brasil recebeu 6,3 milhões de turistas estrangeiros, menos que os 6,4 milhões que desembarcaram em 2014. É o principal destino na América do Sul, mas apenas o terceiro nas Américas — ficando atrás de Estados Unidos, que recebem quase 78 milhões de turistas, México (32 milhões de turistas) e Canadá (17 milhões).

Entre os países de origem para viajantes que chegam ao Brasil, os Estados Unidos é a segunda nação entre os emissores, com 575 mil visitantes no Brasil em 2015. A Argentina mandou 2,1 milhões de pessoas.

Na lista dos vinte principais emissores de turistas ao Brasil, aparece ainda o México, 15º da lista, com 90,4 mil visitantes, e o Japão, com 70,1 mil visitantes (18º principal emissor).

Sanovicz afirma que o turismo de lazer quer entrar na Internet, comprar passagem e viajar. “Imagine um americano que mora em Dallas que tem que viajar até o consulado brasileiro, em Nova York, submeter o pedido e pagar mais de US$ 100 por integrante da família. Por menos que isso, o americano viaja ao Caribe”, conta Sanovicz. “E no caso de empresas e instituições de ensino, o visto é uma barreira em termos de tempo e de custos.”

O executivo foi na década passada dirigente da agência de turismo paulista e também presidiu a Embratur. Já em 2004, defendia a isenção de vistos como forma de fomentar a vinda de turistas estrangeiros.

“Nós não temos problemas migratórios, como os enfrentados pelos Estados Unidos. Portanto [a opção pela exigência do visto] é um problema econômico. Acredito que o Itamaraty pode ser contrário por uma questão de doutrina. Mas eu não vejo efeito colateral em isentar o turista estrangeiro do visto”, disse Sanovicz.

Fonte: Valor Econômico 27/10/2016

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